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Fofocalizando

Duda Reis fala sobre aprendizagem antirracista ao lado de Nego do Borel

A modelo e atriz contou que aprende com o funkeiro todos os dias a se tornar antirracista e a admirar ainda mais as lutas diárias dele

Nego do Borel e Duda Reis

20/11/2020

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A atriz e modelo Duda Reis, que é noiva do funkeiro Nego do Borel, foi às redes sociais nesta sexta-feira (20), Dia da Consciência Negra, para falar sobre como tem aprendido a se tornar antirracista ao lado do companheiro.

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Com uma foto ao lado de Nego, ela falou sobre o o alinhamento entre os dois. "Esse é o Maycon. Vocês o conhecem muito como "Nego do Borel"< não que ele não seja o Nego, ele é, mas é o Maycon também. Quando nos conhecemos a sintonia foi de cara. Costumamos dizer que nos apaixonamos primeiro por nossa cabeça e maneira de pensar e depois fomos realmente nos amando por inteiro", começou.

Depois, Duda falou sobre sair de sua zona de conforto quando presenciou ataques racistas que o cantor sofreu. "Eu sabia que o racismo existia, sempre soube, porém não sabia que ele era tão real e tão vivo como é. Obviamente eu não sabia, eu não havia nunca saído da minha zona de conforto pra entender isso, mas o Maycon me mostrava e me ensinava, só que na maioria das vezes não precisei ser ensinada, eu só observava", apontou.

Duda Reis posa com o noivo, Nego do Borel (Reprodução/Instagram)

Veja a declaração completa de Duda Reis:
"Esse é o Maycon. Vocês o conhecem muito como "Nego do Borel", não que ele não seja o Nego, ele é, mas é o Maycon também. Quando nos conhecemos, a sintonia foi de cara. Costumamos dizer que nos apaixonamos primeiro por nossa cabeça e maneira de pensar, e depois fomos realmente nos amando por inteiro. Quando digo por inteiro, é por inteiro, principalmente pelo brilho nos olhos. Eu sabia que o racismo existia, sempre soube, porém não sabia que ele era tão real e tão vivo como é. Obviamente eu não sabia, eu não havia nunca saído da minha zona de conforto pra entender isso, mas o Maycon me mostrava e me ensinava, só que na maioria das vezes não precisei ser ensinada, eu só observava. Observava como as pessoas, antes de reconhecerem o Nego do Borel, mudavam de lado na rua, faziam cara feia, seguravam mais a bolsa, puxavam os filhos... até que num supetão, viravam uma chave e se alegravam ao ver e reconhecer o artista, isso vinha acompanhado de "é você? Nossa, não reconheci! Desculpa, somos seus fãs". O problema não é esse, o problema é como marginalizam a cor e como já criam um critério de que uma pessoa com cor afro-descendente é bandido(a) e como essas pessoas os tratam e colocam-nos na sociedade.
Sempre fui questionada sobre isso e sempre tentei não me posicionar, até por medo, porque eu vivo aprendendo a cada dia e sei que estou me reconstruindo. Também tento não falar tanto porque não é meu lugar de fala. Eu sou branca, loira, olhos azuis, privilegiada, estudei nas melhores escolas, não vi o crime, não vi o racismo, só tive UM amigo negro na escola (quando criança e ele era bolsista, ele sofreu muito preconceito e hoje eu entendo realmente que essa dor é real). Vocês entendem o que é não crescer com nenhum negro na sua sala? Você já cresce com uma rede neural que "estranha" e já divide as pessoas por cor, as definindo também.
Não posso me encaixar nisso de que excluí em algum momento pessoas "diferentes" de mim, pelo contrário! Nunca fui igual e sempre quis ser diferente. Lembro que quando eu e Maycon começamos a sair, as pessoas estranhavam, ouvíamos diversos comentários que questionavam nossos sentimentos. Os dele e os meus. Eu ficava muito triste, talvez não mostrasse tanto pra ele porque sempre quis ser um trator de forte, mas tive muitos momentos sozinha em que chorei e me indignei com o mundo. Eu nunca vi cor da pele, eu sempre vi o brilho no olhar, que foi o que sempre tivemos. Eu amo um homem negro, vivo com ele, partilho a vida com ele, e um homem que é igual a qualquer outra pessoa, planejo um futuro com esse homem, imagino os filhos lindos que teremos, e tenho certeza que passaremos valores ímpares para eles e que nossos descendentes farão parte de uma geração muito mais evoluída, aberta e de uma geração muito menos ignorante do que as passadas. Agradeço por termos a internet, ela costuma ser tóxica, mas temos espaço pra levantar questionamentos que nunca foram levantados. E como eu disse, apesar de não ser meu lugar de fala, eu me solidarizo e me dôo pra qualquer situação assim e levanto minha voz junto com todos vocês. Obrigada vida, por tanto me ensinar. Eu amo você, respeito sua história, sua raiz e espero a cada dia ser mais sensível ainda com toda a real luta diária que vocês sofrem.
Diga NÃO ao racismo"
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