João Donato morre aos 88 anos: relembre carreira do cantor e compositor
O pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor nasceu no Acre em 1934 e faleceu na madrugada desta segunda-feira (17)
17/07/2023
O músico João Donato morreu na madrugada desta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, devido a uma sequência de problemas de saúde. O pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor tinha 89 anos e a informação do falecimento foi confirmada pela sua família.
Nascido no Acre em 1934 e com mais de 70 anos de carreira na música, seu trabalho foi marcado pela inovação e criatividade, misturando vários gêneros musicais. A música esteve presente na sua vida desde muito pequeno, quando ele costumava brincar com flautinhas de bambu e panelas. Seu primeiro instrumento foi um acordeom de oito baixos.
Em 1945, João se mudou com a família para o Rio de Janeiro, onde começou a tocar em festas da escola em que estudava. Em uma dessas apresentações, conheceu o grupo Namorados da Lua e fez amizade com Lúcio Alves, Nanai e Chicão.
Não foi preciso muito tempo para seu talento ser notado. Cerca de quatro anos depois, Donato já estava atuando em jam-sessions realizadas na casa de Dick Farney e no Sinatra-Farney Fan Club, do qual era membro.
Apesar da história na música começar desde pequeno e logo ser marcado por grandes influências, sua carreira profissional só começou mesmo em 1949, como integrante do grupo Altamiro Carrilho e Seu Regional.
Em 1951 começou a estudar piano e, logo em seguida, mudou de grupo, substituindo Chiquinho do Acordeon no conjunto de Fafá Lemos em apresentação na boate Monte Carlo, no Rio de Janeiro. Nos dois anos seguintes, se apresentou em outros clubes noturnos até que, em 1953, decidiu formar seu próprio grupo, Donato e Seu Conjunto. Neste período, também fez parte do grupo Os Namorados. Em 1954, formou o Trio Donato.
Em 1956, João se mudou para São Paulo e começou a atuar como pianista do conjunto Os Copacabanas e na Orquestra de Luís Cesar. No mesmo ano, lançou outro álbum com o Donato e Seu Conjunto e gravou o primeiro LP: "Chá dançante", produzido por Tom Jobim para a gravadora Odeon.
Em 1958, voltou para o Rio de Janeiro e passou a dedicar-se ao piano. Em 1959 viajou para o méxico e começou uma vida internacional, morando por três anos nos Estados Unidos. Em 1962, voltou para o Brasil, casado com a atriz norte-americana Patricia del Sasser.
Em terras brasileiras, gravou mais um LP, o "Muito à vontade". Logo depois, voltou para os EUA, por onde ficou mais 10 anos, marcando a carreira com gravações com artistas internacionais. Durante toda a vida, gravou com muitos nomes do mundo da música, como Astrud Gilberto, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Eumir Deodato, Stan Kenton, Nelson Riddle, Herbie Mann e Wes Montgomery, entre outros. Sua carreira foi marcada por muita experimentação, com diferentes grupos, estilos e instrumentos.
João Donato deixa um filho, Donatinho, que também atua no mundo da música e marca presença como "a primeira tecladista drag do Brasil", Natasha Oliver.
