The Noite com Danilo Gentili

Eduarda Bezerra, Natália Coelho e Ramon Dino, fisiculturistas brasileiros, brilham no "The Noite" com histórias sobre o esporte e títulos no exterior

Nesta terça (2), trio campeão do Olympia detalha dietas, treinos e desafios nos bastidores das competições

Esq. p/ dir: Eduarda Bezerra, Natália Coelho, Ramon Dino e Danilo Gentil

há 2 dias

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"The Noite" desta terça-feira, 2 de dezembro, recebe três grandes nomes do fisiculturismo brasileiro: Eduarda Bezerra, Natália Coelho e Ramon Dino, todos campeões do Olympia Fitness & Performance Weekend, a maior competição do esporte no mundo. No programa, os atletas conversam com Danilo Gentili sobre curiosidades do universo do fisiculturismo, suas trajetórias na modalidade, os perrengues enfrentados ao longo da carreira e até compartilham dicas de dieta e treinamento.

Durante a entrevista, eles explicam as categorias nas quais competem e que lhes renderam os títulos de Mr. e Ms. Olympia. Natália Coelho conta que se encantou pelo esporte após mudar-se com a mãe para a Flórida, nos Estados Unidos, estado que sedia a mais cobiçada competição internacional do fisiculturismo. Campeã em 2022 e 2025, ela revela: "Eu acho que a primeira vez é um impacto muito grande, porque a gente não acredita até acontecer, mas os dois tiveram um lugarzinho muito especial no meu coração. Ganhei na categoria Women?s Physique, eu comecei como Figure. A diferença é o nível de muscularidade e as poses também são diferentes, para representar o músculo em certos ângulos, certas simetrias e proporções, é tudo muito bem estudado. Cada ângulo do seu corpo e detalhe faz diferença muito grande. Eu estudei bastante anatomia, eu tinha um pôster na minha sala de estudos do Dorian Yates, um fisiculturista muito conhecido, e eu ficava estudando literalmente as visões e a profundidade do músculo."

Natália relata ainda que já acompanhou dissecações de cadáveres, o que ampliou sua compreensão sobre o corpo humano e se tornou um diferencial na hora de competir. "Abre a mente, porque quando você entende a inserção do músculo e quando você está treinando tem o que a gente chama de ?mind-muscle connection?, que é a conexão do músculo com o cérebro, você consegue jogar mais sangue para certa região e dá um pump maior", completa.

Eduarda Bezerra, por sua vez, começou no universo fitness como modelo e referência de moda esportiva em Caruaru (PE), usando o físico apenas para trabalhos fotográficos. Há três anos migrou para o fisiculturismo, embora treine desde os 14 anos. "Minha categoria é Wellness. A minha categoria é mais slim que a da Natália, a dela precisa ter mais musculatura superior, a minha não tanto, um físico mais harmônico, não pode ter tanta desproporção, então a gente precisa levar um conjunto completo dentro de um padrão da categoria Wellness", explica.

Ramon Dino iniciou sua trajetória no esporte em 2016, após ser abordado por seu primeiro treinador enquanto fazia exercícios em uma praça. Lá, o coach percebeu seu potencial e o convidou para treinar. "Quanto mais definição, proporcionalidade e a forma que você apresenta conta muito. Eu ganhei na Classic Physique, uma categoria inferior em relação a Open Bodybuilding em questão de volume, mas em questão de definição e proporção é a mesma coisa", afirma.

As atletas detalham ainda como funcionam seus treinos de poses, fundamentais nas competições, e contam que há técnicos especializados nessa preparação. "Eu tenho coach para toda a minha preparação, dieta e treinamento. Atualmente eu não tenho coach de pose, eu mesma faço minhas coreografias, eu crio e enquadro minha coreografia dentro do padrão da categoria. Às vezes eu tiro o espelho, porque eu preciso decorar; o palco só tem os árbitros, não tem espelho, e preciso trabalhar sem espelho. Eu treino duas horas de pose por dia, uma hora de manhã e outra à noite, mesmo quando não estou competindo", diz Eduarda.

Natália completa: "As poses da minha categoria exigem mais conexão consigo mesmo. Por exemplo, a Eduarda era modelo e já tem esse glamour do palco; na minha categoria, a gente precisa flexionar mais o músculo. Ela mostra mais a simetria e o corpo como se fosse uma passarela; na minha, a gente precisa flexionar mais os músculos. Então é muito importante que a gente pratique diariamente. Eu, particularmente, faço três vezes ao dia, todos os dias".

Sobre a alimentação, os três revelam detalhes das rígidas rotinas. "Minha dieta é basicamente arroz e frango. Não é sobre a comida, é sobre o propósito. Às vezes eu como pizza se meu físico precisa de algo mais calórico", conta Eduarda.

Natália reforça que seu estilo alimentar é permanente: "Eu sigo a minha dieta 365 dias ao ano, virou estilo de vida, rotina. Eu não tenho vontade de comer pizza. Eu bebo 10 litros de água por dia, muito importante para manter os músculos hidratados".

Já Ramon admite: "Eu tenho vontade, mas na minha dieta, de comer besteira, meu coach sempre libera um hambúrguer ou umas fatias de hambúrguer".

Os campeões também relembram os perrengues vividos ao longo das competições."Vai fazer três anos que eu fiz minha estreia e, na minha estreia, meu biquíni estourou e quase aconteceu um topless no palco. Minha mãe estava lá e, mãe sendo mãe, levou uma agulha e uma linha e costurou lá no palco. Eu era amadora, mas como profissional eu levo dois biquínis e dois saltos", afirma Eduarda.

Natália completa sua lembrança: "Quando eu comecei a competir, o meu bronzeamento parecia um dálmata. A gente tem uma preparação da pele e, para dormir, não pode deixar exposto, virar para um lado e para o outro. Ninguém me instruiu e eu acordei igual um dálmata. Mas no dia seguinte, antes de entrar no palco, eu fiz outra mão de tinta".

 

Dino divide sua situação mais desafiadora: "Na minha primeira competição do Olympia eu estava fazendo quarentena, meu filho tinha acabado de nascer, tive que viajar e ficar distante dele por um tempo, quase dois meses para tirar o visto americano. Chegando próximo à competição, o voo foi cancelado; eu cheguei praticamente nos 45 do segundo tempo, mas deu certo. Outro perrengue foi quando eu desidratei muito, e na hora da pesagem a gente perdeu alguns centímetros de altura. Se a gente não batesse a altura, eu tinha que perder mais peso: três quilos em uma hora. A gente fica mais baixo quando perde água, porque dentro das vértebras tem um pouco de líquido, e nessa desidratação vai dando uma rachada. Mas a gente fez uma estratégia de fisioterapia e quiropraxia e deu tudo certo."

 

Para encerrar a participação no programa, os campeões ainda participam de uma brincadeira no palco do "The Noite", ensinando humoristas convidados, totalmente inexperientes no esporte, a executar poses e movimentos básicos do fisiculturismo. Cada atleta treina um participante, e a disputa final mostra qual Mr. ou Ms. Olympia consegue levar seu "aluno" ao melhor desempenho.

O "The Noite" é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h15.

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