O The Noite desta terça-feira, 10 de março, completou um ano de exibição no SBT. E para comemorar está data, Danilo Gentili recebeu o piloto Rubinho Barrichello. O automobilista falou sobre os filhos, o acidente que sofreu em 1994 e os momentos que marcaram o início de sua carreira.
Não faltam histórias para contar, afinal foram 19 anos de Fórmula 1 e 36 como corredor. E Rubinho conta de onde nasceu essa vontade em ser um piloto profissional: "O meu tio, o irmão da minha mãe, era piloto e eu ganhei o meu primeiro Kart do pai dele. E foi dali que se desenrolou a coisa toda. Ele disse que ia me dar um passarinho e falou para eu ir no kartódromo de Interlagos buscá-lo. Quando eu cheguei lá, o tal de passarinho era um kart. Eu tinha seis anos na época".
Foto: Lourival Ribeiro/SBT
Ele ainda comentou a respeito das dificuldades que seu pai e avô tiveram que enfrentar para que ele conseguisse entrar no esporte: "Meu pai era dono de uma loja de materiais de construção, não tinha condições. Ele vendeu um Fiat 147 para que eu pudesse correr no Brasileiro de Kart".
Para quem tem um sonho de pilotar um carro de Fórmula 1, Barrichello deu uma dica legal e bem mais acessível para qualquer pessoa: "O kart é a coisa mais próxima de um Fórmula 1. Muita gente pensa que é a Fórmula Indy, mas é um carro mais pesado e dá os seus 400 km/h no circuito oval. Agora, em relação peso x potência, o Kart é o mais próximo que tem de um Fórmula 1".
Foto: Lourival Ribeiro/SBT
Quando perguntado sobre o acidente do piloto Fernando Alonso, Rubinho lembrou de algo parecido que aconteceu com ele em 1994 na pista de Ímola, na Itália: "Quando desviraram o carro, eu era praticamente um cadáver. O médico disse que eu morri por seis minutos. A pancada foi tão forte, que não teve uma desaceleração. Foram 90 G's (força G) vezes os 72 kg do corpo. Eu engoli a língua. Eu perdi um pouco da memória depois da batida. Só lembro do momento em que eu falei: 'Ops, não deu'. Ai quando acordei, já estava no hospital".
Relembre o acidente:
Foi neste mesmo final de semana do acidente de Rubinho, que a Fórmula 1 teve um dos seus piores dias da história. Barrichello sofre este acidente na sexta, no sábado morreu o piloto Roland Ratzenberger e, no domingo, a morte do tricampeão mundial Ayrton Senna. Rubens explicou o motivo para tantos acidentes: "Era uma pista perigosa, mas nada demais. Não sei, foi um final de semana bem 'nublado'. A do Ratzenberger caiu a asa traseira. Quando acontece isso e você está a mais de 300 km/h é igual você pular de paraquedas sem o paraquedas. E a do Aryton, o ângulo que ele bateu fez com que aquele ‘pontão’ entrasse para dentro do capacete. Porque se pega um milímetro pro lado, não acontece nada".
Rubinho ainda disse que Ayrton Senna foi um padrinho para ele: "Em 1987, a gente ligou para ele e perguntou de uma equipe boa para correr o mundial. E a partir daí foi ele que deu uma 'mão'. Mas o Ayrton era uma pessoa muito privada, fechada, mas sempre que nos encontrávamos, ele sempre tinha um conselho, uma palavra".
Foto: Lourival Ribeiro/SBT
Após pouco mais de um ano do acidente de Michael Schumacher, quando esquiava no dia 29 de dezembro de 2013, Barrichello contou como era a sua relação com o ex-piloto e comentou sobre o caso: "Quando a gente tinha nosso momento de diversão dentro da equipe, era sempre muito legal. (...) Tentei visitá-lo, mas eles são muito reservados e disseram que não poderia".
Para encerrar a entrevista, Rubinho falou sobre como encara as piadas feitas pelos humoristas brasileiros e disse que ri delas para que percam a graça: "Pode ter certeza, aquele que coloca o apelido, é um daquele que coloca o apelido. Então, o cara que fala que você é lento, com certeza é um mal piloto”, brincou.
Assista à entrevista completa: