FALSO: Ministro Fachin não é dono de prédio em Penha (SC)
Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova
20/06/2023
FALSO: É falso que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin seja dono de empreendimento imobiliário em Santa Catarina. Na verdade, o prédio pertence à construtora Santer Empreendimentos. O STF afirmou que o ministro não tem qualquer relação com o imóvel.
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Conteúdo investigado: Vídeo gravado por um homem mostra prédio em Penha (SC), que, segundo o autor do registro, pertenceria ao ministro do STF Edson Fachin.
Onde foi publicado: TikTok.
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Conclusão do Comprova: O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin não é dono de um prédio na cidade de Penha, em Santa Catarina, como afirma vídeo no TikTok. O imóvel residencial, que ainda está em construção, é de propriedade da empresa Santer Empreendimentos. Tanto a construtora quanto o STF negam a informação divulgada nas redes sociais.
O empreendimento fica na rua Joaquim Antônio Simão, no centro de Penha, a cerca de 30 quilômetros da cidade de Balneário Camboriú.
Na narração do vídeo, um homem diz que Fachin é dono do prédio e ainda afirma que o ministro teria cometido "falcatrua e roubalheira" para bancar o empreendimento.
Em nota publicada no site oficial, o STF afirma: "Trata-se de conteúdo completamente fantasioso e de desinformação sem escrúpulo. A autoria do vídeo já está sob apuração dos órgãos competentes."
A construtora reitera que a informação de que Fachin é o dono do prédio é falsa e que a empresa é a única responsável pelo empreendimento. Segundo nota enviada pela empresa, com exceção do banco contratado, não há participação de terceiros no investimento, "notadamente nenhuma autoridade federal".
De acordo com a Receita Federal, o nome do ministro Fachin não consta entre os sócios da Santer Empreendimentos.
Usando a plataforma CruzaGrafos, o Comprova também não encontrou conexões entre os sócios da Santer e Edson Fachin. A ferramenta da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) consegue identificar ligações entre empresas e pessoas e apresenta a relação na forma de uma linha, o que não apareceu quando analisados os nomes dos sócios da construtora e do ministro: Mari Deisi Stringari da Silva, São Miguel Participações, Capri Participações e SS Participações, que aparece com o nome de EMC Participações.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 16 de junho, o vídeo teve 210 mil visualizações, 11,1 mil curtidas e 9,1 mil compartilhamentos.
Como verificamos: Procuramos pelo termo "Fachin", "prédio" e "Penha" e encontramos checagens feitas sobre o tema pelo G1 e pela Reuters. Pesquisamos o endereço do imóvel no Google Maps e também entramos em contato com o STF e com a Santer Construtora, responsável pelo imóvel. Procuramos junto a Receita Federal quem são os sócios da construtora e cruzamos os nomes deles com o do ministro na plataforma CruzaGrafos. Por fim, entramos em contato com o perfil que publicou o vídeo.
O que diz o responsável pela publicação: O Comprova entrou em contato com o perfil do TikTok que divulgou a desinformação, mas não obteve retorno até a conclusão dessa checagem.
O que podemos aprender com esta verificação: No conteúdo analisado, o homem que narra o vídeo não fala qual é a origem da suposta informação de que o ministro Fachin seria dono do imóvel. Também não apresenta prova para tal afirmação e nem indica de onde ela teria saído. Assim, quando confrontado com conteúdos sem indicação de fonte ou que não apresentam provas do que estão afirmando, é importante desconfiar. Uma pesquisa no Google usando palavras-chave ajuda a descobrir que se trata de desinformação.
Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: O mesmo vídeo desinformativo foi checado pelo G1, pela Reuters e pela AFP. O STF e seus ministros são constantemente citados em conteúdos desinformativos. Recentemente, o Comprova desmentiu que uma carta endereçada a um ministro da Corte teria sido escrita por um traficante. O próprio ministro Edson Fachin já foi acusado de ser advogado do MST, o que também não é verdade.
Investigação e verificação
Portal Norte e A Gazeta participaram desta investigação e a sua verificação, pelo processo de crosscheck, foi realizada pelos veículos O Popular, UOL, Plural, Folha, Poder 360, AFP e Estadão, SBT e SBT News.
Projeto Comprova
Esta reportagem foi elaborada por jornalistas do Projeto Comprova, grupo formado por 41 veículos de imprensa brasileiros, para combater a desinformação. Iniciado em 2018, o Comprova monitorou e desmentiu boatos e rumores relacionados à eleição presidencial. Na quinta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos sobre políticas públicas do governo federal e eleições, além de continuar investigando boatos sobre a pandemia de covid-19. O SBT e SBT News fazem parte dessa aliança.
Desconfiou da informação recebida? Envie sua denúncia, dúvida ou boato pelo WhatsApp 11 97045 4984.