Alice Braga critica transformação de atores em influenciadores e gera debate

Em entrevista no podcast Mamilos Café, no último dia 15 de agosto, a atriz Alice Braga fez um discurso impactante que gerou discussões entre artistas. A atriz protagonista de filmes como Ameaça Invisível (2023), Cidade de Deus (2002) e Eu sou a Lenda (2007), criticou a crescente tendência de transformar atores em influenciadores digitais e a preferência de diretores por escolher elencos com base no número de seguidores nas redes sociais. 

"Estou revoltada", afirmou Alice, destacando que essa tendência desvaloriza o talento dos atores que desejam seguir a carreira sem depender das redes sociais. "Você bota os atores para car desesperadamente [tentando] virar influenciador, para poder ter seguidor, para conseguir realizar o sonho de trabalhar como ator. E outra que você tira a possibilidade de atores incríveis serem descobertos, porque eles não têm seguidor", explicou a atriz.

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A atriz continuou a fala enfatizando o impacto negativo que essa pressão exerce sobre a saúde mental dos atores. "O nível de ansiedade absolutamente desnecessário numa pro ssão que, basicamente, é a exposição; que é o se jogar, viver o presente, alma, verdade e sensibilidade", ponderou Alice. 

"Aí quando você joga esse julgamento e a pessoa tem que fazer uma coisa que ela não... Eu sou tímida, por exemplo. Ficar fazendo vídeo, coisa no Instagram , para ganhar seguidor para você conseguir ser chamado para um teste. Isso é de uma brutalidade com a profissão do ator. De uma agressividade com o que é ser ator, com o indivíduo que escolheu essa profissão, muito grande, sabe? Eu fico revoltada", finalizou Alice.

As declarações de Alice Braga viralizaram nas redes sociais, e muitos atores endossaram sua opinião. A atriz Malu Galli ressaltou que escalar atores apenas por seu número de seguidores é uma estratégia falha, e que essa nova exigência no trabalho é uma fonte de ansiedade e frustração, desviando o foco do verdadeiro propósito da atuação.

Outros atores, como Tainá Muller e Alice Fanju, também expressaram seu apoio: "Estamos vendo o mundo do trabalho, da arte e da ciência se precarizar e se tornar quantitativo, em vez de qualitativo", comentou em resumo Tainá. Monica Iozzi também compartilhou as falas de Alice em seu perfil, acrescentando: "Concordo com absolutamente tudo que Alice Braga disse aqui. Aliás, obrigada por isso, Alice! E, além destas reflexões, tenho me perguntado muito o seguinte também: Não está mais do que provado que número de seguidores não garante maior público, maior audiência? A princípio pode até servir como mais um meio de divulgação do projeto, mas e depois?"

Confira abaixo todo o relato de Alice Braga:

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