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Veruska, viúva de Boechat, compartilha texto lindo deixado pelo jornalista

Em evento celebrado à memória de Boechat, a "Doce Veruska" dividiu a mensagem do ex-âncora da Band com a plateia

24/02/2019

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O jornalista Ricardo Boechat
O jornalista Ricardo Boechat
Reprodução

Veruska Boechat, viúva do jornalista Ricardo Boechat, morto em um acidente de helicóptero, em São Paulo, no último dia 11 de fevereiro, emocionou novamente a internet ao compartilhar uma lembrança incrível do ex-marido.

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É que durante uma cerimônia em homenagem à memória do profissional da comunicação, ela leu um texto tocante que ele havia deixado à família.

As palavras falam sobre o amor e funcionam como uma espécie de lição de vida a todos.

Veja abaixo na íntegra:

"Dizem os sábios que os primeiros registros a respeito do amor surgiram ainda na pré-história. Os estudiosos admitem que, em algum momento, por volta de 1.500.000 antes de Cristo, esse sentimento sublime aflorou no coração de nossos mais remotos ancestrais, ou foi por eles, então, percebido. Desde então, a força do amor vem inspirando os homens em suas mais profundas crenças e criações. Sua densidade infinita levou-nos à devoção de deuses, concebidos ante a certeza de que algo tão elevado só poderia ter surgido de instância divina. Na nossa escala de valores, naquilo que cultivamos, geração após geração, ele é a fonte e a razão da própria vida. Sem o alimento que ele fornece, nem religiões, nem artes, nada, enfim, existiria. Esse protagonismo, entretanto, merece uma provocação. O tempo nos fez, também, evoluir. E aquilo em que nos transformamos permite que nos perguntemos se o amor, a despeito do tanto que é e sempre foi, seria, de fato, a mais elevada expressão do que somos como espécie. Será o amor o sentimento que mais nos caracteriza? Aquele que melhor nos distingue dos outros seres da Natureza? Se ele surge espontaneamente; se não depende de nossas decisões quando floresce ou morre, pode, então, estar no topo dos valores que reverenciamos? Nada contra o amor, claro. Sou um apaixonado crônico. Mas penso que essa primazia não cabe a ele e, sim, à solidariedade. Este é, também, um sentimento. E um sentimento que não existe sem o amor. Mas a solidariedade vai além. É o sentimento associado à ação. É o que floresce como amor, porque somos o campo fértil dessa semente, mas que prospera se estendemos a mão ao próximo, àquele que precisa de nós. É o ato racional, e, por isso mesmo, essencialmente humano. É o gesto de estender a mão, de acolher o semelhante, de dividir o pão. Sermos solidários é demonstrar capacidade de transformar o amor em atos. É fazermos jus ao que temos de melhor".

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