OCDE alerta que o endividamento do Brasil vai continuar a crescer nos próximos anos
Governo espera que o Congresso conclua votações importantes para melhorar o caixa
19/12/2023
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alerta que o endividamento do Brasil vai continuar a crescer nos próximos anos, mesmo com a aprovação de medidas para aumentar a arrecadação.
Na última semana antes do recesso parlamentar, o governo espera que o congresso conclua votações importantes para melhorar o caixa.
O relatório foi apresentado no Ministério da Fazenda. O levantamento da OCDE destaca que, mesmo com a aprovação do novo marco fiscal e da reforma tributária, a dívida do setor público brasileiro pode chegar a 90% do PIB, o produto interno bruto, em 2047.
O secretário especial da reforma tributária, Bernard Appy, admite que ainda há muito a ser feito: "todo o processo de regulamentação da reforma tributária e de interlocução técnica continuará sendo muito importante e temos o trabalho de reforma do imposto de renda".
Para se ter uma ideia, em outubro deste ano, o endividamento do país chegou a 74,7% do PIB, somando quase R$ 7,9 trilhões.
Uma das saídas apontadas no relatório é a aprovação de novas reformas. Além da segunda etapa das mudanças no sistema tributário prevista pelo governo, os parlamentares não descartam avançar na tramitação da reforma administrativa.
No documento, a organização recomenda que as despesas do Brasil com saúde, educação e previdência sejam definidas com base na inflação.
Guilherme Mello, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, destaca que o governo não se preocupa apenas com o aumento da receita: "nós estamos atentos, sim, a agenda dos gastos. Certamente é uma agenda que nos interessa muito porque nós temos muito interesse em maximizar o potencial do gasto público brasileiro no sentido dele distribuir mais renda, dele gerar mais crescimento".