Nintendo se posiciona sobre presente e futuro da empresa

Após as notícias da compra da Bungie por parte da PlayStation e da Activision Blizzard pela Microsoft, muitos se perguntaram quando a Nintendo iria se mover e entrar nessas disputas por estúdios de desenvolvimentos de jogos. A empresa ainda se mantém quieta sobre qualquer movimentação, mas já disse que não descarta totalmente essa ideia. No momento, ela prefere investir em um crescimento orgânico e valorizar o seu próprio processo de criação de games.

Na reunião financeira mais recente da Nintendo, o presidente da companhia Shuntaro Furukawa tocou nesse assunto, dizendo que, neste momento, prefere investir nos estúdios que já pertencem à empresa do que em novas aquisições, ressaltando a importância do "DNA da Nintendo" nos seus jogos.

"A nossa marca foi construída com produtos criados com dedicação pelos nossos funcionários, e ter um número grande de pessoas que não possuam esse DNA da Nintendo no nosso grupo não seria vantajoso para a empresa".

Ainda que Furukawa tenha afastado a ideia de adquirir novas empresas para a sua companhia, ele reconhece que essas compras poderão acontecer, mas somente em casos "necessários". Provavelmente, a Nintendo só venha a obter estúdios com os quais ela esteja familiarizada, como foi com a Next Level Games, a última empresa obtida por ela (em 2021), mas que já trabalhava em parceria com a gigante japonesa há muitos anos.

Outro assunto abordado pela Nintendo recentemente foram os NFTs. Há interesse em trabalhar com essa mecânica financeira e com o "Metaverso", mas a empresa ainda não sabe o que fazer para tornar essa tecnologia agradável aos jogadores. A comunidade gamer tem se mostrado bastante hostil para os NFTs, e muitos estúdios foram forçados a voltar atrás com esse projeto, como aconteceu recentemente com a Team17, que criou NFTs do jogo Worms e foi duramente criticada, ou mesmo os produtores de S.T.A.L.K.E.R. 2. Isso é algo que a Nintendo quer evitar a todo custo.
"Temos interesse nessa área, sentimos o potencial que ela tem. Mas, nos perguntamos que tipo de diversão poderemos proporcionar com essa tecnologia? Isso é difícil de definir agora", disse um dos representantes da companhia.

O fato é que, enquanto a Nintendo não encontrar uma forma de agregar os NFTs de forma harmoniosa e que possa gerar algum retorno "divertido", que valha a pena para os jogadores, ela não irá se arriscar nesse empreendimento.

Outros dois pontos sobre a Big N que chamaram a atenção nessa semana foram o número de vendas total do console Nintendo Switch e a disponibilização da trilha sonora dos jogos Pokémon Diamond e Pokémon Pearl, ambos lançados em 2006 para o console portátil Nintendo DS.

Sobre primeiro assunto, o Nintendo Switch se tornou, oficialmente, o "console de mesa" mais vendido da história da empresa. No seu mais recente relatório financeiro, a empresa confirmou que o console já vendeu mais de 103.54 milhões de unidade até o final de 2021, ultrapassando o Nintendo Wii (101.63 milhões). A Nintendo já anunciou uma escassez de matéria prima para continuar a produção do console no momento, o que explica uma queda de vendas nesse início de 2022, mas ainda assim foram comercializadas quase 19 milhões de unidades nesse período.
Resta ao console ultrapassar as marcas dos portáteis Game Boy (118.7 milhões) e do Nintendo DS (154.02 milhões) para se sagrar o maior console da história da empresa. Fora do universo da empresa, só dois consoles venderam mais que o Switch: PlayStation 4 [ainda em produção], com 116.6 milhões de unidades vendidas, e o PlayStation 2, com 155 milhões.

Já sobre a trilha sonora de Pokémon Diamond/ Pokémon Pearl, a Pokémon Company disponibilizou uma biblioteca online que permite aos usuários ouvirem a músicas e efeitos sonoros presentes nos jogos lançados em 2006. Essa biblioteca contém 149 faixas de áudio, mas não contém nenhuma pertencentes aos remakes lançados no ano passado.
Os usuários poderão combinar até seis de suas faixas sonoras favoritas em um só remix pessoal, além de terem a disposição 4 versões remixadas já existentes na plataforma, denominadas respectivamente de Adventurous, Power-Up, Challenge e Relax.

Essa notícia surge poucos dias depois da Nintendo ter conseguido remover do Youtube milhares de vídeos que possuíam algum tipo de conteúdo pertencente à empresa, em sua maioria músicas de seus jogos. Não há nenhuma indicação que o lançamento dessa biblioteca de músicas tenha alguma relação com a exclusão dos vídeos, e nem se esse projeto será continuado para outros jogos ou é somente algo pontual.