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Como o conflito entre Rússia e Ucrânia afeta os Games

Pro Players que não conseguem deixar o país, adiamentos de jogos, estúdios locais pedindo ajuda e doações ao redor do mundo;

Como o conflito entre Rússia e Ucrânia afeta os Games

01/03/2022

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A última semana foi marcada por uma tragédia global. A invasão russa em território ucraniano trouxe preocupação mundial, com reuniões na Organização das Nações Unidas (ONU) e várias tentativas de cessar-fogo por parte da Ucrânia, que também enviou um pedido de emergência para ser aceita como país integrante da ONU.
Depois de contextualizar toda essa questão, vamos partir para o foco da matéria: a importância desse conflito recente no cenário gamer. E podemos dizer que ela impacta esse universo de várias maneiras. 
Estúdios da Ucrânia pedindo socorro

Você provavelmente já ouviu falar da franquia de games S.T.A.L.K.E.R, mas sabia que o jogo é desenvolvido por ucranianos? Sim e, além disso, é feito pelo maior estúdio do Leste Europeu: GSC Game World.
Com sede em Kiev, a desenvolvedora já fez vários tweets com comunicados sobre o conflito com a Rússia, pedindo ajuda nas redes sociais. Confira a thread:
 

"Hoje, a Rússia oficialmente declarou guerra à Ucrânia. Nosso país acordou com sons de explosões e armas de fogo, mas está pronto para defender nossa liberdade e independência. Mas esperamos o melhor. Para todos os nossos colegas da indústria, jogadores, bloggers e qualquer um que veja essas palavras, compartilhe"
O estúdio estava trabalhando na sequência do jogo, Heart Of Chernobyl, mas adiou o projeto de abril para dezembro deste ano.


Além da GSC, outros estúdios ucranianos também se manifestaram. Em entrevista ao site Poligon, Oleg Yavorsky, diretor do estúdio Vostok Games, também sediado em Kiev, disse: "Não devemos esquecer que a Ucrânia está neste estado de agressão pela Rússia desde 2014, e mais de 14.000 pessoas foram mortas nesse período. Então, infelizmente, já nos acostumamos a viver nesse estado de perigo". Yaroslav Singaevskiy, chefe do departamento de design do estúdio Red Beat, ainda disse também que trabalhar é uma "boa distração para não acompanhar as notícias" e  Andrew Prokhorov, proprietário da 4A Games, estúdio de Metro Exodus, ponderou que tudo vai ficar bem e que se deve confiar no exército de seu país. 
 

Imagens dos jogos Fear The Wolves e Metro Exodus, de estúdios ucranianos
Imagens dos jogos Fear The Wolves e Metro Exodus, de estúdios ucranianos | Reprodução/SBT

 Ajuda externa
O principal país que demonstrou solidariedade neste momento de guerra foi a Polônia. O apoio veio de formas diferentes: A CD Projekt Red, desenvolvedora de The Wticher e Cyperpunk 2077,  contribuiu doando 1 milhão de Zlotys (240 mil dólares) para ajudar nos esforços humanitários da Ucrânia. O estúdio de Triple As se juntou nessa ação ao desenvolvedor de jogos 11Bit, confirmando que toda a arrecadação com vendas desta semana de This War of Mine, jogo que mostra para as pessoas como é o "outro lado da guerra", como uma forma de protesto, no GoG será revertida para ajuda na Ucrânia. Confira o pronunciamento oficial de ambos os estúdios: 
 

"A recente invasão da Ucrânia, nossos amigos e vizinhos, nos deixou chocados e indignados. Em solidariedade com todas as vítimas deste ato de agressão, o Grupo CD PROJEKT decidiu apoiar os esforços de ajuda humanitária doando 1 milhão de PLN ao Polska Akcja Humanitarna (PAH)".

O início da guerra gerou diversas reações internacionais, que incluem uma série de sanções apoiadas por governos como os Estados Unidos. Empresas como a TSCM, se recusaram a continuar negócios com empresas russas, e o governo ucraniano já convocou voluntários de todo o mundo para participar da batalha cibernética travada contra o adversário
O Pro Player também se manifestou
Oleksandr Kostyliev, conhecido como S1mple, um superastro ucraniano e jogador profissional de Counter Strike: Global Offensive, considerado atualmente como melhor do mundo na modalidade, também sentiu a invasão russa,dando declarações fortes sobre o conflito.

"Chorei pensando na minha família e amigos em Kiev. Tenho sorte de não estar em casa, mas imagine como gostaria de estar lá".  Além disso, em participação com sua equipe, Natus Vincere, em um torneio disputado em Katowice, na Polônia, ele falou sobre sempre jogar com russos em sua composição: 
 


E não foi só S1mple que se manifestou, mas sua equipe inteira. NaVi, como é a abreviação de seu time e fundada em 2009, anunciou a quebra de contrato com a ESFORCE Holding, grupo russo que não se manifestou abertamente sobre o conflito e, justamente por isso, o time resolveu pelo fim da parceria. De acordo com a nota oficial, a NAVI se posicionou desta maneira pois a ESFORCE Holding está negando todos os ataques que a Ucrânia está recebendo. Com isso, eles decidiram cortar laços com a holding, incluindo as subsidiárias RuHub, Epic Esports Events, Cybersports.ru e Virtus.pro.
Sanções à Rússia no eSports
Assim como em outras áreas, a Rússia também sofreu sanções no mundo dos eSports. A mais notada foi a exclusão de qualquer time russo do CS:GO Blast, com classificatório CIS cancelado e, portanto, forZe, Virtus.pro, K23 e Entropiq ficam de fora. Além dos quaro times russos, Gambit e Spirit também perdem a chance de receber convite ou participar do qualificatório.

"Devido ao conflito na Ucrânia, nenhum time com base russa será convidado para jogar em nossos próximos torneios. O qualificatório do CIS também foi cancelado. Pedimos desculpas aos fãs e jogadores da região CIS por essa decisão, mas não achamos que seja apropriado levarmos o evento adiante durante esse momento. Gaming e esports unem pessoas de todas as raças, países e crenças. Esperamos que a situação mundial reflita isso o quanto antes"

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