Activision Blizzard é processada novamente por vítima de assédio
Depois de já enfrentar processos, mais casos de discriminação, assédio sexual e retaliação vêm à tona no ambiente da empresa e Microsoft se pronuncia
25/03/2022
Em novo processo, vítima alega que a cultura machista da empresa incentivou "sexismo desenfreado", o que levou uma funcionária a sofrer assédio sexual e discriminação, além de retaliação por expor o caso aos superiores.
Segundo matéria do portal Bloomberg, o processo foi registrado na corte de Los Angeles e diz que "Durante anos, o ambiente machista da Activision Blizzard cultivou sexismo desenfreado, assédio e discriminação com 700 casos reportados sob a gestão do CEO Robert Kotick". Vítima começou a trabalhar na Activision Blizzard em 2017 no setor de TI e os ataques começaram já no primeiro dia: Durante um "almoço de iniciação", foi pressionada a tomar shots de tequila e informada por líderes que deveria contar a todos os funcionários um "segredo embaraçoso"
Durante seu tempo na empresa, funcionária alega que constantemente se sentiu pressionada a beber álcool, participar de interações inapropriadas que colocavam mulheres em situação vulnerável, recebendo comentários ou até toques indesejados e trabalhar até mais tarde na empresa para jogar Jackbox - "brincadeira" que requer que jogadores sugiram "respostas criativas" à perguntas, muitas vezes, sobre sexo.
Quando começou a se vestir de modo mais "conservador" e se distanciou dos jantares fora de expediente com as lideranças para diminuir os ataques e tentou expor problemas como bebida em excesso e "avanços" sexuais feito por seus supervisores, recebeu como resposta que "era apenas a liderança sendo receptiva e tentando fazer amizade com ela" e ouviu também que deveria guardar os problemas para si, já que poderia ser "prejudicial para a empresa", diz o processo.
A partir daí, o ambiente de trabalho se tornou cada vez mais hostil, incluindo diversas proibições quando a vítima tentava trocar de departamento. O desejo só foi atendido após formalizar reclamação ao ex-presidente da Activision Blizzard, J. Allen Brack, mas sofreu redução salarial e de cargo.
O processo demanda que sejam implementados "um departamento rotativo de recursos humanos para evitar conflitos de interesse com a gerência, de modo a manter um padrão de investigação neutro, além da demissão do CEO Bobby Kotick, entre outras exigências"
Este é mais um capítulo das muitas denúncias em relção à Activison. Microsoft se pronunciou por meio de Lisa Tanzi, conselheira geral, que afirmou "A Microsoft não irá ficar no caminho dos funcionários da Activision Blizzard e respeita os seus direitos se quiserem ser representados por alguma organização advocacional e iremos honrar essas decisões"