Fungo zumbi retratado em The Last of Us existe no Brasil
Os principais hospedeiros do Cordyceps são formigas, mariposas e larvas de florestas tropicais, insetos que vivem em várias regiões do Brasil
31/01/2023
A série The Last of Us já estreou, e se consagrou como um sucesso mundial, sendo a segunda maior estreia da HBO Max. A adaptação cinematográfica vem conquistando cada vez mais o público.
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Assim como no game de 2013 da Naughty Dog, a produção retrata um mundo infectado no qual seres humanos são atingidos pelo fungo do gênero Cordyceps. O que as pessoas não imaginam, é que o fungo existe e pode ser encontrado no Brasil.
Nas telas, o fungo atinge a população em 2003, transformando os humanos em infectados letais de um dia para o outro. A transmissão ocorre entre os próprios humanos através de mordidas e machucados.
Felizmente, na vida real o Cordyceps funciona de outra maneira. O fungo é endoparasita de artrópodes, sendo assim, não é capaz de se hospedar em mamíferos, e nos seres humanos. Os principais hospedeiros do Cordyceps são formigas, mariposas e larvas de florestas tropicais, insetos que vivem em várias regiões do Brasil.
Como funciona o fungo que foi inspiração para a trama?
Dentre os fungos Cordyceps, existem milhares de espécies, uma delas é a Ophiocordyceps unilateralis sensu lato, que serviu de inspiração para a infecção na trama. Essa espécie inclusive já foi encontrada em regiões da Mata Atlântica.
Conhecida como fungo-zumbi, ela se espalha dentro do corpo de uma formiga entre 24 e 48 horas, fazendo com que seus neurônios motores sejam afetados, a transformando em uma espécie de zumbi. A infecção pode se espalhar através de esporos de um determinado ambiente.
Apesar do cérebro do hospedeiro permanecer funcional, o parasita o controla enquanto se prolifera no corpo até atingir o sistema nervoso central, o que leva cerca de duas semanas após a infecção inicial. Após esse período, o inseto morre, permitindo que fungo inicie um novo ciclo de proliferação através dos esporos.
Nem todos os fungos são ameaçadores. Muitos deles possuem funções importantes na medicina e no meio ambiente. O próprio Ophiocordyceps unilateralis sensu lato pode ser usado em suplementos médicos e já foi usado em estudos sobre o câncer de olho para retardar o avanço de um tumor. Neste caso, nada de pânico, os humanos na vida real estão livres de um apocalipse zumbi estilo The Last of Us.