Review: Call of Duty Modern Warfare III vale a pena? Confira nossa análise
Mesmo com campanha decepcionante, MW3 tem potencial de estar entre os melhores COD's no fator zombies e multiplayer
23/11/2023
Call of Duty: Modern Warfare III, desenvolvido pela Sledgehammer Games e publicado pela Activision, marca o terceiro reboot da renomada série de guerra moderna. Este jogo é uma continuação direta de Modern Warfare II.
No papel do Capitão Price e comandando a Força-Tarefa 141, enfrentamos o terrorista ultranacionalista Vladimir Makarov em MW3. O jogo inclui não apenas a campanha, mas também o popular modo Multiplayer e o favorito dos fãs da Treyarch, o modo Zombies.
Há dúvidas se MW3, que aparentemente começou como um DLC premium do jogo anterior, atingiu as expectativas dos fãs. A campanha desaponta, especialmente em comparação com o jogo original. O modo Zombies foi uma surpresa agradável, apesar de ser uma combinação de diferentes modos em vez de mapas tradicionais baseados em rounds. Já o Multiplayer, apesar de lançado com alguns bugs, mostrou-se superior ao MW2, especialmente por atender a pedidos da comunidade em relação à movimentação do personagem.
Multiplayer Online
Para quem acompanhou o lançamento do MW2 de 2022 e está por dentro das notícias da comunidade, fica evidente que o novo jogo da série, MW3, parece mais uma DLC do que um jogo independente. Devido ao curto período de desenvolvimento, o MW3 reciclou muitos elementos do jogo anterior, incluindo menus, operadores, armas, mapas do lançamento original de 2009, entre outros.
É crucial mencionar que, um dia antes do lançamento do MW3, o jornalista de games Jason Schreier publicou no Bloomberg um artigo detalhando suas conversas com cerca de 12 ex e atuais desenvolvedores da Sledgehammer Games. Eles revelaram que o tempo de desenvolvimento do jogo foi a metade do esperado, aproximadamente apenas 16 meses, o que é surpreendente, considerando que o ciclo de desenvolvimento de um jogo da série Call of Duty é teoricamente de três anos.
No dia do lançamento, Johanna Faries, uma das principais diretoras da Activision Blizzard e comissária da Call of Duty League, em entrevista à Bloomberg, refutou esses rumores. Outros representantes da Activision afirmaram que, desde o início, o jogo sempre foi planejado como um novo título premium, e não uma expansão.
Essa confusão, que se estende desde o Call of Duty: Black Ops Cold War, em que Treyarch e Sledgehammer Games tiveram que se desdobrar para manter o ciclo anual de lançamentos da franquia, acaba prejudicando os consumidores.
Criação de Classes
A montagem de classes e loadouts é um aspecto crucial em Call of Duty, e MW3 apresenta várias melhorias nesse aspecto em relação ao título anterior.
Como solução intermediária ao famoso aos pedidos da comunidade, MW3 introduziu o sistema de coletes, que, embora não ofereça tanta liberdade quanto o Pick 10, representa uma boa inovação na personalização das classes. São seis tipos de coletes, cada um com seus prós e contras, permitindo sacrificar uma granada em troca de um equipamento adicional, por exemplo.
O jogo também traz as luvas e botas, equivalentes aos perks tiers 1 e 2 da franquia. Embora não solucione completamente o problema do spam de granadas, o novo sistema é intrigante e consideravelmente melhor que o sistema de perks do MW2, onde os perks eram adquiridos com o tempo de jogo.
Outra melhoria é a remoção da funcionalidade de ajuste fino dos acessórios das armas, presente no MW2, que permitia alterar as estatísticas dos acessórios. Embora teoricamente interessante, na prática, isso gerava complexidade e potencial desbalanceamento, além de confundir jogadores novos.
No que diz respeito a mudanças no jogo, MW3 introduziu os aftermarket parts no armeiro. Esses kits de modificação alteram drasticamente a função e identidade de uma arma, oferecendo melhorias significativas. São desbloqueados ao completar desafios semanais com a arma em seu nível máximo, tanto no multiplayer quanto no Zombies. Ao desbloquear todos os 4 kits durante a temporada, o jogador recebe uma camuflagem especial, inicialmente a camuflagem Rio Dourado.
Além das 37 novas armas, MW3 também inclui todo o arsenal do Modern Warfare 2. Uma inovação interessante é a possibilidade de desbloquear armas, equipamentos, perks, melhorias de campo e killstreaks por meio de desafios diários, em vez de apenas subir de nível no jogo.
Mapas e Modos de Jogo
Um dos assuntos que mais gerou debate e dividiu opiniões na comunidade foi o anúncio de que todos os 16 mapas do lançamento original de Modern Warfare 2 foram atualizados para o Modern Warfare 3.
Nos últimos anos, os problemas com os spawns têm prejudicado bastante a experiência dos jogadores, e o início do MW3 não é exceção, especialmente no modo Zona de Conflito. A Activision chegou a remover alguns mapas da rotação temporariamente para corrigir bugs, que em teoria não deveriam demorar muito para ser ajustados.
Além do retorno dos clássicos modos de jogo como Mata-Mata em Equipe, Dominação, Baixa Confirmada, Guerra Terrestre, entre outros já conhecidos, o jogo traz algumas novidades interessantes:
Um destes é "Por um Fio", um modo inédito na franquia. Nele, participam 9 jogadores divididos em três equipes, disputando nos principais mapas do multiplayer. Cada operador possui apenas uma vida por rodada, similar ao modo Localizar e Destruir. Para vencer, é necessário eliminar as equipes adversárias ou capturar a bandeira na prorrogação.
Outra adição é o retorno do modo Guerra, que estreou no Call of Duty: World War 2, em 2017. Este modo envolve a proteção de pontos de captura e a escolta de um tanque armado. É particularmente divertido por não incluir o SBMM (Matchmaking Baseado em Habilidade) e o bloqueio de killstreaks. Além disso, as baixas e mortes não afetam o K.D. (proporção de eliminações por mortes) do jogador, proporcionando uma experiência de combate constante em um ambiente mais casual.
Gameplay e jogabilidade: Agrada ou decepciona?
O Modern Warfare 3 reintroduz a movimentação ágil e fluída que ganhou popularidade no reboot de Modern Warfare de 2019. Isso inclui o Slide cancel (que agora não reinicia a corrida tática), cancelamento parcial do recarregamento e uma transposição mais ágil de obstáculos. Embora não seja tão rápido quanto antes, o jogo agora oferece aos jogadores maior liberdade e velocidade durante as partidas, o que, por outro lado, aumenta o skill gap, ou seja, a diferença de habilidade entre os jogadores.
Uma outra inovação significativa é a postura tática, que se torna um recurso valioso em combates de curta distância. E não menos importante é o retorno da função de votação de mapas e os indicadores de pontos vermelhos no minimapa, que sinalizam quando e onde um inimigo dispara com uma arma sem silenciador.
É importante também mencionar o aumento no tempo para matar (TTK) do jogo, que retornou para 150 de vida, proporcionando mais tempo de reação aos jogadores, em vez de serem eliminados quase instantaneamente, como frequentemente acontecia no MW2, especialmente em casos de headshot.
No entanto, nem tudo é perfeito. O controverso e temido SBMM (Matchmaking Baseado em Habilidade) está de volta, e para muitos, ainda mais intenso do que em outros jogos da série COD. Esse sistema agrupa jogadores de habilidades semelhantes nos lobbies, com o objetivo de evitar que iniciantes sejam emparelhados com jogadores muito experientes. Vale citar que diversos jogadores da franquia se posicionaram contra esse sistema de partidas.
Uma campanha decepcionante...
A grande inovação no modo história do MW3 são as Missões de Combate em mundo aberto, integradas à Campanha junto com missões single-player mais clássicas. Essas missões oferecem uma liberdade maior para o jogador. Teoricamente, isso soa excelente, mas na prática, a execução deixa a desejar.
Nestas missões, você atua como um membro da Força-Tarefa 141. A ação começa na prisão de Verdansk; seu Operador recebe um Loadout inicial definido pela narrativa da missão, que nem sempre se alinha aos objetivos da mesma, incluindo um Spotter Scope para observar o ambiente, marcar inimigos, localizar equipamentos e descobrir pontos de interesse.
Uma das primeiras ações é procurar os melhores equipamentos na área, permitindo concluir a missão de maneira furtiva ou em um estilo mais agressivo. Encontrar uma caixa de armamento permite trocar armas e equipamentos durante o jogo, mas sem muita customização. Apenas armas encontradas naquela missão específica podem ser equipadas, e a tela de loadout só aparece após a morte do personagem. Diferente dos modos multiplayer e zombies, não há uma tela para criação de classes.
O jogo tem 15 missões no total, e sobre as missões em mundo aberto, elas dão à campanha um ar de Spec Ops, com a tarefa de encontrar e interagir com 3 pontos de interesse de maneira simples, apenas com um botão de interação. Tentaram aproximar a jogabilidade do Warzone e DMZ, mas as missões são monótonas, sem cenas marcantes, e não conduzem a uma resolução satisfatória da trama.
Comparado à trilogia original, com momentos icônicos como a queda da Torre Eiffel e a missão No Russian, a história aqui é superficial e o final, decepcionante. Ao menos os gráficos estão impressionantes, e as cut scenes e movimentação são fluidas, sem bugs ou crashes.
Modo Zombies é o ponto alto, mesmo com alguns bugs
Desenvolvido pela Treyarch, o modo Zombies do MW3 acontece em um mundo aberto, que também é o novo mapa do Warzone. A história se desenrola entre os dois primeiros reboots da saga MW. Para quem já experimentou o DMZ, encontrará semelhanças, especialmente nos menus.
Ao contrário do tradicional modo Zombies, baseado em mapas e rodadas, agora você tem uma hora de jogo em mundo aberto para realizar suas tarefas e extrair com seus itens.
O modo é dividido em uma história principal com 3 atos, e cada ato contém escalões, que são missões a serem completadas durante o jogo. Completando todos os escalões, você desbloqueia uma missão final que revela uma cutscene e ao finalizar os 3 atos, é recompensado com uma skin exclusiva do modo.
Antes de começar, é possível customizar seu armamento, escolhendo entre três operadores, cada um com seu próprio equipamento. Alguns itens obtidos durante a extração só estão disponíveis para um operador específico.
A criação de classe é simples: você escolhe sua arma primária e secundária, equipamento tático e letal, e melhoria de campo. Existem armas de contrabando, que são perdidas se não forem extraídas, e armas seguradas, que são retidas mesmo após a morte, mas com um tempo de espera para reutilização.
A bolsa de itens para levar à partida inclui o estoque de aquisição, com itens obtidos ao extrair, e a criação de esquema, que permite criar itens para começar a partida com eles. Contudo, antes de criar, é necessário encontrar o esquema correspondente.
Durante a partida, é possível encontrar wonder weapons poderosas. A dificuldade varia conforme a região do mapa, com três níveis: baixo, médio e alto.
Infelizmente, o modo é exclusivamente online e não permite partidas privadas. O modo é focado em PVE, sem possibilidade de combate entre jogadores. Uma novidade é a opção de jogar em terceira pessoa. Os inimigos incluem diversos tipos de zumbis, soldados comuns, a Mega Abominação, Mímicos, Discípulos, mortos-vivos blindados, o clássico cão do inferno, entre outros.
O Zombies do MW3 é possivelmente o modo mais problemático do jogo no lançamento, com muitos bugs e crashs que podem frustrar os jogadores, especialmente quando resultam em perda de itens e progresso.
Apesar dos problemas, o modo é mais sólido e divertido, beneficiando-se das experiências e testes dos Zombies anteriores. Se o nome Zombies não fosse importante para as vendas, provavelmente teria sido escolhido um nome diferente e original, já que a única semelhança com os Zombies clássicos dos Black Ops2, 3 e 4 são os perks e o pack-a-punch.
Considerações Finais sobre MW3
A médio prazo, Modern Warfare 3 tem potencial para se destacar como um dos melhores Call of Duty's recentes. A franquia é conhecida pela sua ação frenética, mapas compactos e uma jogabilidade gratificante. Nesses aspectos, o jogo acerta em cheio, exceto no quesito mapas, que pode ser aprimorado com o lançamento de novas temporadas.
Se você pretende jogar apenas a campanha, o preço do jogo certamente não valerá a experiência que ele entrega. No entanto, se você é um fã da série e está ansioso para experimentar o novo título, irá se divertir com o novo jogo da franquia, mas talvez seja melhor aguardar uma promoção. Até lá, o jogo estará mais completo e com menos falhas.