Review - Final Fantasy VII Rebirth: Uma Nova Era para os Remakes
O segundo capítulo da trilogia renova expectativas e redefine padrões
22/02/2024
Final Fantasy VII Rebirth, um dos títulos mais aguardados dos últimos anos, surge como a segunda recriação da lendária trilogia lançada originalmente em 1997 para o PlayStation.
O jogo original, notável por sua vastidão e riqueza de conteúdo, foi distribuído em três CDs, cada um abrigando uma parte significativa da aventura. Agora, com o lançamento de Final Fantasy VII Rebirth, a trilogia moderna recebe uma continuação repleta de inovações e enriquecimento narrativo.
Mas surge a questão: é necessário ter experienciado o primeiro remake para se envolver plenamente com Rebirth? Acompanhe enquanto desvendamos os detalhes e novidades desse emblemático jogo.
Final Fantasy para quem não conhece
Para aqueles menos familiarizados, Final Fantasy é uma aclamada série da Square Enix, onde cada título apresenta uma trama distinta e autônoma. Portanto, não é necessário ter jogado, por exemplo, Final Fantasy VI para se aventurar em outros jogos da franquia.
Especificamente, Final Fantasy VII emergiu como um dos remakes mais solicitados tanto pelos fãs da série quanto por gamers ao redor do globo. Atualmente, nos encontramos imersos no segundo capítulo desta nova trilogia.
Devido à vasta envergadura de Final Fantasy VII, a Square Enix optou por segmentá-lo em três partes distintas, uma abordagem reminiscente da divisão original em CDs. O título "Rebirth" marca o segundo lançamento desta série renovada, destacando-se por significativas melhorias em aspectos como gráficos, mecânicas de jogo, amplitude do mapa, inovações no gameplay e sistema de combate.
Não podemos deixar de mencionar que, entre o primeiro jogo, denominado Final Fantasy VII Remake, e Rebirth, foi introduzida uma DLC intitulada Intergrade, que explora novos horizontes narrativos sob a perspectiva da personagem Yuffie.
Contexto Histórico sem Spoilers
A narrativa do jogo desenrola-se após os eventos do título anterior, com Cloud e seus companheiros da Avalanche deixando Midgar em decorrência de um desastre de grandes proporções.
Aqui reside uma curiosidade interessante, especialmente no que tange à natureza de um "remake". A Square Enix classificou este título como tal, o que geralmente sugere uma recriação fiel de um clássico, preservando sua essência original.
No entanto, em Final Fantasy VII, a história toma um rumo intrigante, pois, apesar de ser um remake, apresenta desdobramentos que podem surpreender até mesmo os mais devotados fãs da série original.
Prometo não revelar detalhes cruciais aqui, mas posso assegurar que Final Fantasy VII possui o potencial de tocar profundamente até os corações mais resistentes.
Novos recursos de Jogabilidade
O aspecto mais inovador de Rebirth pode ser considerado a sua mecânica de jogo. Há uma infinidade de novidades na jogabilidade que estou ansioso para compartilhar com vocês.
Primeiramente, o mapa é imenso e extremamente detalhado, repleto de locais de interesse em Kalm e outras regiões que podem ser exploradas. A exploração ganhou uma nova dimensão, permitindo que Cloud realize ações como escalar, subir em telhados, nadar e muito mais, enriquecendo a experiência de exploração do ambiente.
Além disso, foi introduzido o sistema de viagem rápida, que permite transições quase instantâneas entre diferentes pontos do mapa, em aproximadamente dois segundos. Essa agilidade me lembrou à experiência de jogar Spider-Man 2.
Gostaria de aproveitar para agradecer à Square Enix por nos fornecer o jogo antecipadamente para análise. No que diz respeito à viagem rápida, ela parece alterar o equilíbrio da dificuldade, facilitando a recuperação de vida e mana ao permitir retornos rápidos a áreas específicas. Ainda não sei se essa funcionalidade é desativada no nível difícil, mas assim que desbloquear a campanha nesse modo, informo vocês.
Para dar uma ideia da extensão de Final Fantasy 7, levei mais de 15 horas apenas para completar o capítulo 2, devido ao meu desejo de explorar cada canto do mapa antes de prosseguir. A Square Enix promete uma campanha principal de 40 horas, com a possibilidade de os jogadores gastarem até 100 horas para desfrutar de tudo o que o jogo tem a oferecer.
Explorando as novas mecânicas
Devido ao seu vasto e detalhado mapa, Final Fantasy VII proporciona uma rica experiência de exploração. Os jogadores têm a oportunidade de aprimorar suas habilidades no novo minijogo de cartas, Queens Blood, ou até mesmo tocar piano no quarto da Tifa, interagindo assim com uma variedade de elementos do jogo.
Além disso, o jogo introduz ataques de sinergia inéditos, que fortalecem as relações entre os personagens e elevam o nível do grupo. Essa dinâmica de relacionamento é particularmente cativante, pois permite influenciar a maneira como personagens como Aerith e Tifa percebem Cloud, afetando assim a proximidade entre eles, alterando o rumo de certos eventos. Essa mecânica, já presente de forma rudimentar no jogo anterior, foi significativamente aprimorada em Rebirth.
Chadley, conhecido por seus relatórios de combate, retorna com ainda mais conteúdo, oferecendo novas habilidades e desafios, incluindo confrontos com titãs e outros adversários marcantes da história. A árvore de habilidades também foi reformulada, passando a focar nos personagens em vez das armas, o que permite uma personalização mais profunda através dos folios, possibilitando construções específicas para cada personagem, como tornar Cloud mais resistente, aumentar o poder mágico de Tifa ou incrementar a vida de Aerith.
Para os veteranos da franquia, a estratégia de montar builds que harmonizem com as matérias é crucial para superar os desafios mais árduos do jogo. Adicionando à novidade, há uma série de minigames, como o encantador mundo dos moogles, e mecânicas de furtividade que permitem escapar ou capturar chocobos.
A Square Enix dedicou atenção especial aos amados chocobos, permitindo aos jogadores personalizar seus equipamentos e participar de atividades como corridas e busca de itens escondidos.
Gráficos e diferentes modos de desempenho
Embora a versão demo do jogo tenha enfrentado alguns contratempos técnicos, a edição final que pude experimentar estava livre de quaisquer falhas.
Já fazia bastante tempo que não me deparava com um título pré-lançamento completamente isento de erros. É possível que existam bugs, mas, pessoalmente, não encontrei nenhum durante minha jogatina.
A franquia Final Fantasy é notória por seu pioneirismo em gráficos, sobretudo o sétimo título. Para relembrar, houve uma demonstração para PS3 destinada exclusivamente a avaliar as capacidades técnicas daquela plataforma em sua estreia.
Os gráficos do jogo são de tirar o fôlego, e optei pela configuração focada em desempenho para garantir uma experiência fluida, com uma taxa de quadros consistente. Mesmo a distâncias consideráveis, foi possível observar detalhes como helicópteros sobrevoando a cidade de Kalm, indicando que o jogo mantém vários elementos carregados previamente, o que pode explicar a agilidade do sistema de viagem rápida mencionado anteriormente.
Utilizando o modo fotográfico, tive a oportunidade de apreciar ainda mais os aspectos visuais do jogo, capturando momentos especiais, inclusive durante as cenas cinematográficas.
Considerações Finais
Final Fantasy VII representa um marco significativo para a série, evidenciando o potencial dos jogos na geração atual. Ele reacende a paixão dos fãs, repleto de cenas memoráveis, e sem dúvida, disputará espaço entre os indicados ao The Game Awards.
Contudo, a atualização substancial de Final Fantasy VII careceu de novas funcionalidades direcionadas aos jogadores com deficiência.
Este aspecto merece uma atenção especial das desenvolvedoras. Quando questionado por nós sobre as funcionalidades de acessibilidade no jogo, Hamaguchi, o diretor, reconheceu sua importância, mas não detalhou avanços nessa área.
É um alerta para a Square Enix considerar em futuras atualizações. Inclusive, você pode conferir a preview que fizemos diretamente dos Estados Unidos antes do lançamento do jogo clicando aqui.
Quanto à questão lá do início do texto, a Square Enix esclarece que Rebirth foi concebido como uma obra independente, permitindo que novos jogadores se envolvam sem necessidade de experiência prévia com o jogo anterior.
Embora a familiaridade com o jogo antecedente enriqueça a experiência, fornecendo um entendimento mais profundo dos personagens, minha sugestão é mergulhar de cabeça, mesmo que você não tenha jogado o título precedente.
Final Fantasy VII Rebirth, o segundo título do projeto de "remake" de Final Fantasy VII, está previsto para lançamento em 29 de fevereiro de 2024, exclusivamente para PlayStation 5.