Tales of Kenzera: ZAU é um jogo que precisa estar em sua biblioteca
Tales of Kenzera: Zau é um metroidvania de plataforma 2.5D desenvolvido pela Surgent Studios e publicado pela EA Originals
22/04/2024
Tales of Kenzera: Zau é um jogo de plataforma no estilo metroidvania em 2.5D, desenvolvido pela Surgent Studios e lançado sob o selo EA Originals da Electronic Arts, que tem como objetivo apoiar jogos de estúdios independentes.
A Surgent Studios foi fundada pelo ator britânico Abubakar Salim, que também atua como diretor criativo do jogo e empresta sua voz ao personagem principal, Zau.
O jogo Tales of Kenzera: Zau foi inspirado pela experiência pessoal de luto de Salim após a morte de seu pai e incorpora numerosas referências às culturas bantu, um grupo etnolinguístico predominantemente localizado na África subsaariana, compreendendo mais de 400 subgrupos étnicos distintos.
Contexto Histórico de Kenzera
O jogo narra a aventura de um jovem que descobre um conto inspirado na cultura bantu, escrito por seu pai já falecido. Ao ler o conto, somos transportados para as perigosas terras de Kenzera, assumindo o papel de Zau, um jovem xamã que negocia com Kalunga, o Deus da Morte, em uma tentativa de resgatar o espírito de seu pai das sombras.
Durante sua missão, Zau precisa explorar territórios míticos inexplorados, enfrentar uma variedade de espíritos ancestrais e confrontar suas próprias emoções para se tornar um verdadeiro Nganga, um curandeiro espiritual.
À medida que a jornada avança, percebemos junto com Zau que seu maior desafio é lidar com o luto. Quanto mais profundamente nos envolvemos na história, mais o jovem xamã compreende e processa seus sentimentos.
Em uma entrevista para o blog da PlayStation, Salim explicou sua escolha pela mitologia bantu, mencionando que cresceu ouvindo as histórias que seu pai contava.
Jogando e Explorando
Lembrando muito o estilo de combate de Prince of Persia The Lost Crowns, Tales of Kenzera traz muita fluidez pra gente, e faz com que todos os movimentos se encaixem. É muito divertido poder derrotar os inimigos usando as diversas habilidades que Zau possui, trocando em tempo real as máscaras e combinando essas habilidades.
O combate é muito simples, e você pega o jeito com menos de 10 minutos de gameplay. Até por ter uma campanha curta, acredito que isso é muito positivo, já que o combate e os desafios aumentam e muito o fator replay. Há uma gama de inimigos, mas não temos tanta variedade assim entre eles.
O destaque mesmo fica para os chefões de cada um dos Atos. Outro acerto do jogo foi fazer com que as mesmas habilidades usadas para atacar, tenham funções de progressão no mapa, como a habilidade que congela inimigos, que é usada também para congelar cachoeiras por exemplo, para serem usadas como paredes. Além disso, a flecha flamejante pode ser usada também para energizar pontos específicos no mapa que abrem portas, dando acesso a novos locais.
A trilha sonora do jogo é impecável, e ajuda ainda mais nessa imersão da cultura bantu dentro do jogo. Joguei a versão de PS5, e os efeitos sonoros são impecáveis. Especialmente os que saem do áudio do dual sense. Esse match de combate com a imersão sonora do jogo, faz com que a experiência de gameplay seja ainda melhor.
Combate e Trilha Sonora
Recordando o estilo de combate de "Prince of Persia: The Lost Crowns", "Tales of Kenzera" oferece uma jogabilidade fluida, permitindo que todos os movimentos se integrem harmoniosamente. É extremamente divertido derrotar os inimigos utilizando as diversas habilidades de Zau, alternando as máscaras em tempo real e combinando suas habilidades.
O sistema de combate é bastante intuitivo, e é possível dominá-lo em menos de 10 minutos de jogo. Considerando que a campanha é relativamente curta, isso é um ponto positivo, pois o combate e os desafios incrementam significativamente o fator de rejogabilidade.
Embora exista uma variedade de inimigos, a diversidade entre eles não é tão ampla. Os destaques são os chefes de cada Ato.
Um dos acertos do jogo foi integrar habilidades de ataque com funções de progressão no mapa, como a habilidade de congelar inimigos, que também pode ser usada para congelar cachoeiras e transformá-las em paredes escaláveis.
Além disso, a flecha flamejante pode ser usada para ativar pontos específicos no mapa que abrem portas, permitindo acesso a novas áreas. A trilha sonora do jogo é impecável e contribui significativamente para a imersão na cultura bantu.
Experimentei a versão para PS5, e os efeitos sonoros são extraordinários, especialmente os provenientes do áudio do DualSense. Essa combinação de combate e imersão sonora enriquece ainda mais a experiência de jogo.
Gráficos e Desempenho nos consoles
Referindo-se novamente a "Prince of Persia: The Lost Crowns", o jogo apresenta gráficos em um estilo similar, porém menos refinado, especialmente nas cenas de transição (cutscenes).
A maior parte dos diálogos no jogo é apresentada através de caixas de texto em vez de animações dos personagens falando. Isso compromete um pouco a imersão no jogo e, embora a história seja interessante, frequentemente me vi pulando rapidamente essas caixas de diálogo.
Não encontrei problemas com bugs, e talvez o único inconveniente seja um período de inércia que o protagonista enfrenta após acessar os menus. Mesmo movendo o analógico para caminhar, ele permanece imóvel, sendo necessário soltar o analógico e pressioná-lo novamente na direção desejada.
O jogo oferece as tradicionais opções de configurações gráficas e de desempenho. Recomendo fortemente optar pela configuração de desempenho, para aproveitar uma maior taxa de quadros, algo crucial durante os combates intensos.
Apesar disso, fiquei com a impressão de que tanto o PS4 quanto o Xbox One poderiam executar o jogo sem grandes dificuldades.
Afinal, vale a pena?
No estilo metroidvania 2.5D, "Tales of Kenzera: Zau" é executado de maneira quase impecável, abraçando com excelência os elementos cruciais desse gênero.
O jogo tem uma campanha que pode durar até 10 horas, especialmente se você dedicar tempo à exploração, e oferece um alto fator de replay, particularmente ao jogar em diferentes níveis de dificuldade.
Se você aprecia esse gênero e gostou de outros jogos como "Ori" ou mesmo o recente "Prince of Persia", então este jogo é definitivamente para você. Caso esteja indeciso, recomendo testar a demo do jogo. Pode ser interessante esperar por uma promoção para adquiri-lo.
Como possui o selo de publicação da EA, é provável que "Tales of Kenzera: Zau" esteja disponível no catálogo para assinantes do EA Play em breve.
Tales of Kenzera: Zau foi anunciado oficialmente por Abubakar Salim no The Game Awards em dezembro de 2023 e está agendado para ser lançado em 23 de abril para PlayStation 5, Xbox Series X/S, Nintendo Switch e PC.