Prévia: Unknown 9: Awakening é um tesouro oculto que precisa de mais polimento
Testamos o novo jogo da Bandai Namco, que mistura poderes sobrenaturais e uma trama de vingança, mas que ainda precisa de polimento em seus gráficos e desempenho antes do lançamento oficial
23/09/2024
Unknown 9: Awakening é mais um dos grandes lançamentos da Bandai Namco para este ano (que é responsável por Elden Ring e Dragon Ball Sparking! ZERO, por exemplo). A empresa está focada em tornar 2024 um ano com grandes lançamentos, assim como tivemos em 2023, e neste tópico vamos falar sobre um game que pode ter passado despercebido por grande parte do público, mas para nós, não.
A convite da Bandai Namco, fomos até a Cidade do México para testar o jogo que tem data de lançamento marcada para 17 de outubro deste ano. Abaixo, vou contar pra você um pouco sobre a experiência do game e do tempo que tive para jogá-lo.
Enredo e Protagonista
Unknown 9 coloca o jogador no papel de Haroona, uma Quaestor, ou seja, alguém que tem conhecimento e busca pelo misterioso Unknown 9. Nascida com a habilidade de acessar e manipular o Fold, um universo fantasmagórico que lhe confere poderes como se tornar invisível, invocar um escudo e até saltar para dentro da alma de outras pessoas e controlá-las.
As habilidades únicas de Haroona a tornam um alvo para os Ascendants, um grupo secreto que deseja usar o Fold para mudar a história, o que resulta na captura de alguém próximo a ela. Essa tragédia motiva sua jornada para encontrar o líder dos Ascendants e usar seus poderes para se vingar da facção.
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Demorei um pouco para me acostumar com a quantidade de termos e nomes novos, e tive que reassistir a introdução da fase em que joguei para ter certeza de que não estava confundindo nada. A adaptação é de Haroona é um dos pontos altos, já que ela é interpretada por Anya Chalotra (de The Witcher). Apesar deste universo interessante, alguns elementos do game como o HUD e os gráficos me tiraram um pouco a imersão, mas vou abordar sobre estes temas mais a frente.
Gameplay e Mecânicas
Minha prévia começou acompanhando Haroona enquanto ela explora a cidade fictícia indiana de Chamiri, em busca de alguém chamado Vincent. A movimentação pela cidade, escalando telhados e deslizando por becos traz aquela sensação de Uncharted, mas a falta da opção de pular me deixou com um pé atrás. A personagem, nos momentos em que joguei, não é capaz de executar a ação de pular a menos que esteja próximo a algum objeto ou parede escalável. Ou seja, não é possível usar do pulo para escapar, tendo que somente desviar de golpes ou defender projetéis.
Durante a gameplay, Haroona se encontra frente a frente com os Ascendants, o que proporciona o primeiro contato com os poderes da protagonista. Como disse antes, ela pode bloquear projéteis, distrair inimigos, restaurar parte de sua saúde e até destruir almas inimigas com animações bem interessantes.
O diferencial nessas ações de combate é a habilidade de possuir as pessoas e controlá-las. Aqui temos a possibilidade de controlar inimigos, movimentá-los e fazer com que eles se ataquem, dando um dinamismo bem legal para combate e furtividade.
Apesar da proposta, senti que o jogo parece engessado. A demo que tive a oportunidade de jogar tinha alguns problemas de desempenho e gráfico, e achei a configuração inicial de botões um pouco confusa. Utilizamos um controle de PS5 durante a sessão, e a escolha de algumas ações, como o X para esquivar, ao invés do tradicional O, me pareceu estranha, mas dá pra se acostumar.
Combate e Desafios
No início escolhi ser sorrateiro contra os inimigos, evitando confrontá-los frente a frente. Conforme o tempo foi passando e minha paciência diminuindo (não sou tão paciente para modo stealth) decidi enfrentar os inimigos frente a frente, até para tentar progredir mais no curto tempo que tinha para aproveitar o game.
As lutas corpo a corpo são satisfatórias, embora mais desafiadoras do que o stealth. É possível combinar socos, investidas e golpes pesados capazes de quebrar defesas. É possível possuir os inimigos para colocá-los uns contra os outros também, mas em determinados momentos não é fácil fazer isso. Particularmente, achei a HUD confusa, e não entendi muito bem em quais momentos eu teria energia suficiente para controlar os inimigos.
A Inteligência artificial dos inimigos é um detalhe a parte. Em alguns momentos eles são muito inocentes, não vendo você explodir algo, ou simplesmente esquecendo da sua existência após ficar invisível e se esconder em alguma moita. Porém, em outros momentos, você fica invisível, mas mesmo assim, eles parecem te rastrear, acertando tiros e golpes mesmo após instantes em que você se tornou invisível.
Gráficos e Desempenho
Conforme disse anteriormente, aqui com certeza será um tópico sensível para Unknown 9: Awakening. Por mais que um jogo tenha uma lore interessante e mecânicas que tentem inovar, nada disso prospera se o jogo sofrer com problemas grárficos e de desempenho.
A começar pelo desempenho - o menor desses problemas - o jogo teve cutscenes travadas e momentos de quedas de frames, que acredito não serem culpa das máquinas potentes em que jogamos na sede da Bandai Namco. Já a parte gráfica, bem... Durante a gameplay a modelagem e as texturas estavam ok, mas durante as cenas de cutscene, o jogo entregou um resultado ruim.
As expressões, cabelos e pelos faciais, como barbas, por exemplo, estavam bem ruins. Faltou bastante polimento neste aspecto, e espero que até a versão final do game, estes contra-tempos sejam resolvidos.
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O que esperar de Unknown 9: Awakening?
Embora minha experiência com Unknown 9 tenha sido positiva, fiquei com algumas preocupações. A protagonista possui uma boa variedade de poderes, e apesar de ter visto pouco da árvore de habilidades, acredito que ela tenha um potencial de melhora bem grande durante o avanço da história.
Minha maior preocupação está relacionada ao desempenho do jogo. A versão de teste estava instável, com quedas de desempenho e personagens bugando. Considerando que o lançamento está próximo, espero que o produto final esteja mais polido, já que diversos jogos bons já foram massacrados pelo público por problemas similares.
Mesmo assim, acredito no potencial de Unknown 9. Seus personagens, mundo e jogabilidade oferecem uma lembrança forte dos jogos em terceira pessoa de gerações de consoles passadas. Espero que o jogo possa figurar entre os bons lançamentos deste ano, e que seu potencial seja aproveitado até a última gota.