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Dragon Age: The Veilguard - O novo capítulo da BioWare que busca sua redenção

Uma nova Jornada em Thedas com foco em narrativa, personagens e imersão

Dragon Age: The Veilguard
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A BioWare é um estúdio que construiu seu nome e prestígio com títulos icônicos, marcados por narrativas complexas e mundos ricamente detalhados. Dragon Age e Mass Effect são duas das franquias mais influentes no gênero de RPG, e cada uma delas trouxe uma perspectiva única para o storytelling em videogames. Contudo, nos últimos anos, a reputação da BioWare foi colocada à prova.

Com Mass Effect: Andromeda e Anthem, o estúdio passou por lançamentos problemáticos, com críticas apontando falhas na narrativa, gráficos inconsistentes e problemas técnicos. Essas falhas prejudicaram a confiança dos fãs, levando muitos a questionarem o futuro da BioWare no setor de RPGs.

Com Dragon Age: The Veilguard, o estúdio busca reconquistar seu espaço, voltando às raízes com uma narrativa envolvente e decisões que moldam a jornada do jogador. O jogo traz uma mistura do novo e do familiar, oferecendo uma nova história em Thedas, mas mantendo personagens conhecidos e expandindo o universo que tantos fãs amam.

A BioWare se propôs a criar uma experiência sólida que honra o legado da franquia, mas que também inova em aspectos importantes. A seguir, você confere nossa análise de todos os aspectos que fazem deste lançamento uma promessa de redenção para o estúdio.

Narrativa e História: O Destino de Thedas em Jogo

A história de Dragon Age: The Veilguard se passa após os eventos de Dragon Age: Inquisition, centrando-se em uma ameaça ainda maior ao mundo de Thedas. O jogador assume o papel de Rook, um novo herói recrutado por Varric Tethras, um personagem querido que retorna para guiar os jogadores nessa aventura.

Dragon Age: The Veilguard | Reprodução/EA

O enredo principal envolve a tentativa de Solas, o deus élfico, em destruir o Véu - uma barreira mágica que separa o mundo físico do Imaterial, onde espíritos e demônios habitam. A destruição do Véu colocaria em risco toda a humanidade e as outras raças de Thedas, libertando forças poderosas e destrutivas.

A narrativa é envolvente, com diversas escolhas que impactam profundamente o rumo da história. A BioWare trabalhou para criar uma narrativa que se adapta às decisões do jogador, o que enriquece a experiência e aumenta a sensação de imersão. As escolhas são complexas e muitas vezes moralmente ambíguas, o que desafia nos desafia a ponderar as consequências. O universo do jogo está recheado de sidequests e histórias secundárias, que aprofundam a mitologia de Thedas, abordando temas como política, religião e identidade.

Personagens e Companheiros: Relações que Definem a Jornada

A BioWare é famosa por criar personagens carismáticos e bem desenvolvidos, e The Veilguard não decepciona nesse quesito. A equipe de Rook é composta por personagens novos e veteranos da franquia, como Lace Harding, Neve Gallus e Bellara Lutare. Cada companheiro possui uma história única e um conjunto de habilidades que complementa o protagonista em combate. As interações entre os personagens são profundas e carregadas de nuances, permitindo que o jogador construa laços significativos com cada um deles.

Dragon Age: The Veilguard | Reprodução/EA

As histórias pessoais dos companheiros são exploradas em missões secundárias, onde aprendemos mais sobre seus passados, motivações e podemos até desenvolver romances. A BioWare incluiu personagens com backgrounds diversos, abordando temas contemporâneos, como identidade de gênero e orientação sexual.

Esse aspecto traz uma camada de autenticidade e humanização ao jogo, ampliando a conexão emocional entre o jogador e seus aliados. As opções românticas, bem como as escolhas de diálogo, são variadas e reforçam o compromisso do estúdio com a inclusão e representatividade.

Jogabilidade: Combate Intuitivo e Sistema de Progressão

Em The Veilguard, a BioWare optou por um sistema de combate de ação, mantendo o foco no controle direto de Rook enquanto os companheiros agem de forma autônoma. Essa escolha me desagradou bastante, e acredito que o mesmo aconteça com fãs dos jogos anteriores, já que os mesmos permitiam controlar os membros da equipe individualmente. No entanto, mesmo relutante, a mecânica me pareceu fluida, permitindo o direcionamento de habilidades específicas dos companheiros, embora de forma mais limitada.

A progressão do personagem é lenta, mas satisfatória, com uma árvore de habilidades que nos permite escolher entre diferentes especializações. As classes são divididas entre magia, combate corpo a corpo e habilidades à distância, cada uma com suas peculiaridades e vantagens.

Dragon Age: The Veilguard | Reprodução/EA

O combate é visualmente impressionante, com efeitos de habilidades que criam uma experiência cinematográfica. O jogador deve escolher ataques que exploram as fraquezas dos inimigos, adicionando um nível estratégico às batalhas, incentivando o uso inteligente dos recursos disponíveis. Apesar disso, a evolução do personagem é lenta e se arrasta por lutas que muitas vezes terão o objetivo apenas de farmar para a progressão de Rook. Sei que isso é uma característica do gênero, mas senti que Veilguard torna isso por diversas vezes de forma chata e monótona.

Diversos itens encontrados durante minha jogatina ficaram comigo durante a maior parte do jogo, já que simplesmente, durante muito tempo, eu acabava não encontrando nada melhor em baús ou nas lojas do game. O que acaba reforçando a lentidão no sistema de progressão.

Gráficos e Ambientação: Uma Imersão Visual em Thedas

Dragon Age: The Veilguard traz um estilo visual detalhado e refinado, que combina realismo com elementos de fantasia. Cada região de Thedas é cuidadosamente projetada, com cenários que variam de florestas densas e sombrias a cidades vibrantes e locais misteriosos. A BioWare utilizou uma paleta de cores mais sombria para representar o tom da narrativa, enquanto as animações e modelagens dos personagens são expressivas e contribuem para a imersão.

Os detalhes nos personagens, desde suas roupas até expressões faciais, destacam-se e adicionam profundidade às interações. Apesar de em alguns momentos essas expressões parecerem estranhas, acabam não estragando a experiência e imersão como um todo.

O design de inimigos e criaturas é diversificado e criativo, refletindo a ameaça iminente trazida pelo colapso do Véu. A ambientação sonora, com trilhas épicas e efeitos sonoros bem elaborados, complementa a experiência visual, transportando-nos para o mundo de Thedas de forma satisfatória.

Dragon Age: The Veilguard | Reprodução/EA

Essa imersão em Thedas é feita não somente com gráficos, mas com as escolhas de diálogo durante a jornada, e senti que Rook foi muito coerente com a personalidade que criei para ele. Os diálogos são bons e bem construídos, o que deve ser uma caracterísitca obrigatória nos jogos do gênero, ainda mais após um excelente Baldur's Gate 3, que serviu e servirá de modelo para RPG's nos próximos anos.

Desempenho e Aspectos Técnicos: Otimização e Estabilidade

A BioWare aprendeu com seus erros anteriores, entregando um produto bem polido e otimizado. O jogo funciona de forma fluida, e funcionou bem no PS5, oferecendo gráficos de qualidade e estabilidade na maior parte das vezes de forma sólida. Porém, a performance, sofreu em momentos mais intensos, e tive problemas com quedas de frame. A equipe de desenvolvimento parece ter investido na qualidade do produto final, evitando os maiores problemas técnicos que prejudicaram lançamentos anteriores.

A interface do usuário é intuitiva e facilita o gerenciamento de inventário, habilidades e interações com o mundo. O sistema de inventário, embora funcional, pode se tornar confuso com o acúmulo de itens, especialmente em missões mais longas. No entanto, esse é um detalhe menor em um jogo que entrega uma experiência técnica robusta.

Afinal, vale a pena?

Dragon Age: The Veilguard é uma adição digna à franquia e marca um retorno promissor para a BioWare. A combinação de uma narrativa cativante, personagens envolventes e um combate visualmente deslumbrante faz com que o jogo seja um bom RPG em 2024, embora fique atrás de outros jogos como Final Fantasy VII Rebirth. Embora algumas escolhas de narrativa e design possam não agradar a todos os fãs, como a limitação no controle dos companheiros, a experiência geral é enriquecedora e traz uma sensação de retorno ao estilo clássico da BioWare.

Dragon Age: The Veilguard | Reprodução/EA

O compromisso do estúdio com a criação de personagens autênticos e a exploração de temas relevantes tornam The Veilguard uma experiência imersiva. A BioWare conseguiu reconquistar parte da confiança dos fãs, pavimentando o caminho para um futuro promissor na indústria de RPGs. É um jogo que resgata a essência do que tornou a franquia Dragon Age tão icônica, ao mesmo tempo que inova em aspectos importantes, reafirmando o talento do estúdio em contar histórias significativas e criar mundos memoráveis.

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