Preview de Onimusha 2: Samurai's Destiny - Clássico da Capcom retorna em remasterização com alma preservada
Exploramos as primeiras horas do relançamento de Onimusha 2 e contamos como o game mantém o charme original com melhorias visuais, modos inéditos e uma dose de nostalgia pura

Se você viveu o auge do PlayStation 2, é bem provável que o nome Onimusha evoque lembranças intensas de batalhas contra demônios, câmeras fixas e aquela sensação de estar jogando um Resident Evil no Japão feudal. E não é por acaso: a franquia da Capcom nasceu justamente nessa ponte entre o terror e a ação, aproveitando o legado técnico e criativo dos jogos de zumbi para criar algo novo, cheio de identidade própria.
Onimusha: Warlords, o primeiro da série, abriu as portas para esse universo. Misturando mitologia japonesa, combate com espadas e uma atmosfera sombria, ele foi um sucesso absoluto. Agora, com o relançamento de Onimusha 2: Samurai's Destiny, temos a chance de revisitar (ou descobrir) um capítulo marcante da franquia, que expande ideias e traz um novo protagonista, novos personagens jogáveis e um sistema de progressão mais ambicioso, tudo isso remasterizado com carinho e respeito pela obra original.
Onimusha 2: um novo herói e novos caminhos
Lançado originalmente em 2002, Samurai's Destiny foi a sequência direta do sucesso de Warlords, mas ao invés de repetir a fórmula ao pé da letra, a Capcom arriscou. Aqui, o protagonista é Jubei Yagyu, um espadachim igualmente habilidoso e implacável, mas com um carisma e uma abordagem diferentes do icônico Samanosuke. Ainda estamos diante de uma invasão demoníaca em pleno Japão feudal, mas há novos personagens aliados, rotas de progressão alternativas e um sistema de afinidade que influencia diretamente o desenrolar da jornada.

Nesta nova versão remasterizada, revisitei a história - já que joguei por uma ou duas vezes os jogos da franquia na minha infância - e joguei por cerca de 10 horas no total. Mas é sobre as minhas primeiras 2 horas de gameplay que quero destacar neste preview. E o que posso dizer é que o charme segue vivo, e talvez ainda mais evidente em tempos onde a câmera livre e os mundos abertos dominam a cena.
Câmeras fixas e nostalgia visual
Logo de cara, o visual remasterizado se destaca. É claro que ainda há limitações herdadas do material original. Cenários pré-renderizados, algumas animações travadas, expressões faciais datadas, mas é justamente nisso que mora o charme. Onimusha 2 consegue ser uma cápsula do tempo, e o novo tratamento gráfico valoriza isso. A paleta de cores, os efeitos de luz e os modelos de personagens foram retrabalhados com suavidade, sem distorcer o estilo original. Jogar essa nova versão é como redescobrir um quadro antigo que você sempre amou, agora com a moldura restaurada.

A movimentação ainda se dá com o clássico "tank control", mas com controles mais responsivos. As câmeras fixas, que alternam conforme você avança pelos cenários, são uma marca registrada da era e ajudam a manter o clima de tensão. Elas também funcionam como um recurso narrativo, guiando o olhar do jogador e ampliando a dramaticidade de certos momentos, algo que poucos jogos modernos conseguem replicar.
Uma jornada de escolhas e reexploração
Nas primeiras horas de jogo, já é possível perceber como Samurai's Destiny é mais ambicioso que seu antecessor. Há um sistema de relacionamentos com outros personagens que se desenvolve a partir das suas ações, o que pode alterar partes da história e até os aliados disponíveis. Embora neste preview não possa trazer ainda tudo o que já vi e joguei, já dá para sentir o impacto das decisões e como elas prometem multiplicar as possibilidades de gameplay.

Outro aspecto evidente é a reutilização de cenários. Em vez de parecer algo negativo, isso funciona quase como uma proposta criativa: Onimusha 2 convida o jogador a dominar o espaço, a explorar cada cantinho novamente com um olhar renovado, agora equipado com uma nova habilidade ou item-chave. É uma sensação semelhante à de metroidvanias, mas dentro de um jogo de ação com progressão linear, e isso funciona muito bem.
Modos de jogo e acessibilidade
O relançamento inclui novidades que ampliam o acesso e o desafio. Todos os modos de dificuldade estão liberados desde o início, incluindo o novo Modo Hell, voltado para veteranos sedentos por punição, e o Modo Easy, ideal para quem quer curtir a história com tranquilidade.

Isso permite que cada jogador molde sua experiência conforme o tempo disponível, habilidade ou nostalgia. Em qualquer um dos modos, a essência permanece: combates dinâmicos com espadas e magia, absorção de almas para evoluir equipamentos e aquele clima tenso de estar sempre a um passo do perigo.
Considerações iniciais
Com cerca de 10 horas de gameplay no total até aqui, mas focando minhas impressões nas primeiras 2 horas, posso afirmar que Onimusha 2: Samurai's Destiny é uma remasterização que respeita o legado e entrega uma experiência fiel e cativante.
Ele resgata uma época de ouro dos videogames, onde a limitação técnica era superada pela criatividade. O sistema de câmera fixa, a ambientação carregada de estilo e o combate direto são lembranças de um tempo que talvez nunca volte, mas que pode, sim, ser revivido com carinho.
Se você é fã da franquia ou curioso sobre o que fazia a Capcom brilhar nos anos 2000, este relançamento é uma excelente porta de entrada. E, para quem viveu tudo isso na época original, prepare-se: a nostalgia vai te acertar como uma espada bem afiada.
Esta prévia foi possível graças a uma chave de acesso antecipado cedida gentilmente pela assessoria da Capcom no Brasil. Com legendas totalmente em português, Onimusha 2: Samurai's Destiny tem lançamento previsto para 23 de maio deste ano para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.