Pokémon GO em 2025: Diretores revelam planos para realidade aumentada, comunidade brasileira e próximos eventos
Michael Steranka, e Alan Mandujano, da Niantic, falam ao SBT Games sobre o futuro de Pokémon GO, a paixão dos brasileiros e os desafios de equilibrar veteranos e novatos no game

Quase oito anos após seu lançamento, Pokémon GO continua sendo um dos jogos mais relevantes do mundo mobile. Na gamescom latam, em São Paulo, o SBT Games conversou com Michael Steranka, Diretor Sênior do jogo na Niantic e Alan Mandujano, diretor de América Latina e mercados emergentes para Pokémon GO, sobre o presente e o futuro da experiência que mistura realidade aumentada com exploração urbana.
Em uma conversa descontraída e cheia de entusiasmo, eles compartilharam detalhes sobre a evolução do jogo, o carinho pela comunidade brasileira e os próximos passos da franquia.
A evolução de um fenômeno e a estratégia por trás dos eventos presenciais
Michael relembra que Pokémon GO passou por uma transformação radical desde seu lançamento em 2016. "Jogadores que voltam hoje se surpreendem com a quantidade de recursos", comentou. Segundo ele, o objetivo da equipe sempre foi realizar o sonho de ser um treinador Pokémon no mundo real, algo que, ao longo dos anos, ganhou novas camadas com batalhas, Pokémon lendários, rotas e muito mais. Para o diretor, o jogo está mais robusto do que nunca, e o 10º aniversário em 2026 promete grandes novidades.
Os eventos ao vivo são parte essencial da identidade de Pokémon GO.
"Nossa missão sempre foi incentivar a exploração, o exercício e a interação social no mundo real"
Steranka destacou que eventos como o GO Fest maximizam esses pilares, promovendo longas caminhadas, turismo local e conexões reais entre jogadores. A Niantic está empenhada em expandir esse tipo de experiência para mais cidades no mundo todo, inclusive no Brasil.
A comunidade brasileira e sua paixão contagiante
Ao falar sobre o Brasil, Michael não economizou elogios: "A comunidade brasileira é, sem dúvida, uma das mais apaixonadas do mundo". Para ele, o engajamento dos jogadores no país é tão forte que acaba sendo inspirador para a própria equipe da Niantic. "Quando estou aqui e vejo essa energia, me sinto renovado. É o tipo de entusiasmo que queremos espalhar para outras partes do mundo."
Michael também mencionou como a cultura brasileira, naturalmente calorosa e comunitária, combina perfeitamente com o espírito de Pokémon GO, que incentiva sair às ruas, fazer amigos e celebrar a experiência de forma coletiva.
Atualizações que equilibram novatos e veteranos
Com milhões de jogadores em níveis de experiência diferentes, um dos maiores desafios da Niantic é desenvolver atualizações que agradem tanto novatos quanto veteranos. Michael revelou que esse equilíbrio é uma tarefa complexa.
"Temos caçadores de shinies, fãs hardcore de PvP, jogadores que fazem desafios de raids sozinhos... É uma comunidade extremamente diversa."
Por isso, cada novo recurso ou evento é pensado para atingir múltiplos perfis. A ideia é não supervalorizar um tipo de jogador em detrimento de outro, mas criar um conjunto de experiências que ofereça algo relevante para todos. "A variedade de perfis é o que faz Pokémon GO tão especial, e queremos que cada jogador sinta que o jogo foi feito também para ele", completou.
A importância da Gamescom Latam e da presença na América Latina
A participação da Niantic na Gamescom Latam 2025 foi vista como estratégica. "Estar aqui significa estreitar laços com uma comunidade que já é extremamente engajada", explicou Michael. Ele destacou que o evento permitiu encontrar jogadores não apenas do Brasil, mas de vários países da região.
Além disso, o estande especial em parceria com a The Pokémon Company trouxe experiências exclusivas no jogo e materiais comemorativos, celebrando a franquia como um todo. Para Steranka, estar presente em grandes eventos de games é também uma forma de valorizar os fãs e ouvir diretamente o que eles esperam do futuro do jogo.
Realidade aumentada, IA e o futuro do jogo
Quando perguntado sobre o que vem por aí, o diretor sênior de produto destacou a aposta da Niantic em realidade aumentada e inteligência artificial, especialmente com a chegada de dispositivos vestíveis, como óculos de RA.
"Queremos que Pokémon GO seja o melhor exemplo de como a RA pode ser integrada à vida real".
No entanto, ele também reconheceu que o futuro ainda é incerto em relação à adoção em massa dessas tecnologias. Por isso, o foco atual da equipe está dividido entre pesquisa e desenvolvimento para o futuro e melhorias práticas para o presente, garantindo que o jogo continue relevante enquanto essas novas tecnologias não se consolidam.
Como são escolhidas as cidades dos grandes eventos
Alan tomou a fala e explicou que a escolha de cidades para eventos como o Pokémon GO Fest passa por critérios rigorosos: é necessário ter parques grandes, boa infraestrutura de internet móvel e capacidade para receber milhares de pessoas com segurança. Por isso, muitas cidades ficam fora do radar.
No entanto, há uma iniciativa em andamento para expandir eventos menores, como City Safaris e Safari Zones, que exigem menos estrutura e podem alcançar mais localidades. Michael comentou que adoraria ver um fim de semana com 25 cidades ao redor do mundo recebendo esses eventos, e que cidades brasileiras estão sim entre os planos, especialmente se houver apoio da comunidade.
Sonhos da equipe e limitações técnicas
A entrevista também revelou que a Niantic sonha alto. Além da integração com dispositivos RA, Alan e Michael contaram que a equipe está focada em melhorar sistemas já existentes no jogo. "Nem sempre se trata de adicionar mais coisas. Às vezes, o melhor é olhar para o que já temos e perguntar: como isso pode ser melhorado?", disse Steranka.
Ele reforçou que esse pensamento tem orientado várias decisões recentes da equipe de desenvolvimento, e que ouvir os jogadores é parte fundamental desse processo.