A.I.L.A: terror psicológico com IA, gráficos realistas e tecnologia de ponta no novo jogo da Pulsatrix Studios
Em entrevista ao SBT Games durante a gamescom latam 2025, Thiago Matheus revela bastidores do desenvolvimento do novo título, que mistura ficção científica e horror usando Unreal Engine 5

Após conquistar reconhecimento internacional com o jogo Fobia - St. Dinfna Hotel, a Pulsatrix Studios, desenvolvedora brasileira com sede em São Paulo, volta aos holofotes com um novo projeto ousado e tecnicamente ambicioso: A.I.L.A.. O título mergulha em um universo de terror psicológico futurista, explorando as complexas relações entre humanos e inteligências artificiais.
Durante a gamescom latam 2025, o SBT Games conversou com Thiago Matheus, CEO da Pulsatrix e também diretor de arte em Fobia, sobre a criação do novo jogo, os desafios com a tecnologia de última geração da Unreal Engine 5 e o impacto da participação em eventos internacionais para estúdios brasileiros.

Inteligência Artificial e horror psicológico: uma combinação oportuna
Segundo Thiago, a ideia para A.I.L.A. surgiu antes mesmo da explosão recente de tecnologias como o ChatGPT e outras IAs generativas. A inspiração, inclusive, veio de séries como Black Mirror, que exploram o lado sombrio da evolução tecnológica.
"Sempre gostamos dessa ideia de terror através da tecnologia, algo que já estava presente em Fobia, mesmo que de forma mais sutil".
Com a chegada do "boom das IAs" no mundo real, o projeto se tornou ainda mais relevante. "Vimos que o momento era perfeito para anunciar A.I.L.A., pois casava com o que já vínhamos desenvolvendo e com o que o público estava discutindo", completou o CEO.

Unreal Engine 5, Lumen, MetaHuman e o desafio de otimizar
A equipe da Pulsatrix enfrentou uma curva de aprendizado ao migrar da Unreal Engine 4 para a 5, principalmente por conta das novas ferramentas como o Lumen (tecnologia de iluminação em tempo real) e o MetaHuman, que cria personagens digitais altamente realistas.
"Não é só ligar e está pronto. Tem que otimizar, entender os limites. São tecnologias incríveis, mas pesadas. Então, aprendemos do zero como integrá-las ao gameplay".
Durante a feira, a demo de A.I.L.A. foi apresentada em uma máquina equipada com a GeForce RTX 5090, com DLSS ativado, uma tecnologia da NVIDIA que usa IA para melhorar o desempenho gráfico, aumentar o framerate e reduzir a latência. O resultado impressionou quem testou o game no evento.
A herança de Fobia: aprendizados e maturidade
Sobre o impacto de Fobia no desenvolvimento de A.I.L.A., Thiago foi direto: "Fobia nos ensinou a fazer um jogo de verdade". A produção independente anterior começou como um projeto de portfólio, sem grandes pretensões, mas se transformou em um case de sucesso.

Para o CEO, o maior aprendizado foi concluir um jogo do início ao fim. "Começar um projeto é fácil. Terminar e lançar é a parte mais difícil da indústria. Isso a gente só entendeu com Fobia. Agora, em A.I.L.A., estamos mais maduros, com visão mais clara e domínio maior das ferramentas", destacou.
A demo de A.I.L.A. na gamescom latam: "aterrorizante e tensa"
A demo apresentada durante a gamescom latam 2025 trouxe uma amostra do que o público pode esperar em termos de clima e tensão. "É um trecho bem específico do jogo, feito para dar um gostinho. Tem momentos de aflição, com cenas pesadas, mas é só uma parte da experiência", explicou Thiago.
Segundo ele, o conteúdo da demo foi cuidadosamente editado para evitar spoilers, principalmente em relação à narrativa, que promete ser um dos pontos altos do game.
"Estamos segurando bastante a história, porque é um dos aspectos mais fortes do projeto. Mas quem jogar a demo já vai entender a direção que estamos tomando."
Mesmo os mais medrosos podem encarar a experiência, garantiu o CEO, em tom bem-humorado: "Dá pra jogar até o fim, sim. E eu fico do lado".
A importância da gamescom latam para o cenário brasileiro
Participar de um evento como a gamescom latam vai além da vitrine para o consumidor final. Segundo Thiago, é uma oportunidade crucial para mostrar a força dos estúdios brasileiros, tanto para o público quanto para o mercado internacional.
"Tem muita gente de fora aqui. Publishers, investidores, desenvolvedores. A gamescom latam cria um espaço para negociações e para mostrar que o Brasil está produzindo jogos com qualidade mundial", destacou.
A Pulsatrix já havia marcado presença na gamescom da Alemanha, e reforça que estar nesses eventos é essencial para colocar seus projetos em circulação global. "Você precisa escoar o que criou. Mostrar pro mundo o que está sendo feito aqui", afirmou.
O futuro de A.I.L.A.
Embora a demo jogável tenha encantado os visitantes da feira, o estúdio ainda mantém segredo sobre o lançamento completo. A expectativa é alta, tanto pelo aspecto técnico quanto pelo potencial narrativo do jogo.
A.I.L.A. promete ser uma evolução natural da identidade da Pulsatrix Studios, unindo o terror psicológico que já cativou em Fobia, agora com uma abordagem mais futurista, um enredo denso e uma estética visual de cair o queixo.

Com uma trajetória ascendente, a Pulsatrix Studios mostra que o Brasil tem espaço de sobra na elite dos desenvolvedores de jogos. E com A.I.L.A., o estúdio avança ainda mais, explorando temas atuais, investindo em tecnologia de ponta e mantendo o DNA criativo que conquistou o público desde Fobia.
Se o que vimos na demo é apenas um recorte do que está por vir, podemos esperar uma experiência tensa, provocadora e tecnicamente impecável.