Conexão Repórter Especial 10 anos: Relembre a trajetória de Roberto Cabrini
Cobrindo historias de grande repercussão no mundo todo, Cabrini exerceu o jornalismo em mais de 60 países e levou os maiores prêmios da categoria
21/07/2020
O programa Conexão Repórter, apresentado pelo editor-chefe Francisco Roberto Cabrini, completa dez anos e leva para o telespectador uma edição especial na noite desta segunda-feira, logo após o Programa do Ratinho.
Em meio ao clima de comemoração e orgulho pela marca, que rendeu tantos prêmios, a equipe do SBT Online relembra a carreira de sucesso de um dos jornalistas mais conhecidos do país.
Trajetória
Ganhador dos principais prêmios de jornalismo (Esso, APCA, Líbero Badaró, Imprensa,Tim Lopes e Vladimir Herzog), Roberto Cabrini, nascido em Piracicaba, no interior de São Paulo, no dia 3 de junho de 1960, exerceu a profissão em 60 países, inclusive em seis territórios em guerra: Afeganistão, Iraque, Palestina, Camboja, Caxemira e Haiti.
Os mais de 40 anos de carreira começaram cedo. Com 16 anos já atuava em rádio e jornal do interior e aos 17 foi contratado pela TV Globo para atuar como repórter esportivo. Apesar de ter coberto cinco Olimpíadas, cinco Copas do mundo e anunciado ao vivo a morte de Ayrton Senna em 1994, é pelas reportagens focadas em defesa dos direitos humanos e as entrevistas assertivas que acabou se destacando. Oito dos 30 anos foram como correspondente internacional - quatro deles em Londres e quatro em Nova York.
Entre as produções de Cabrini, muitas se destacam pela dificuldade e exclusividade que o repórter teve. Em 1993, após sete meses de investigação, descobriu o paradeiro do fugitivo da justiça Paulo César Farias em Londres, driblando até mesmo as buscas da polícia brasileira. PC Farias foi tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello nas eleições presidenciais brasileiras de 1989 e um dos maiores responsáveis pelo impeachment. Em 1995 foi a vez do próprio ex-presidente Collor falar após ser destituído. O documentário foi reconhecido por todos os veículos de comunicação.
O documentário "Enigma das Mil e Uma Noites" impressionou após conseguir provar que os homens iraquianos que não queriam servir no exército tinham as orelhas cortadas pelo regime de Saddan Hussein. Ainda, conseguiu penetrar no norte do país, parte bloqueada aos jornalistas, onde revelou as sequelas dos ataques com armas químicas na cidade curda de Halabja por Hussein. Terminou o ano com uma grande entrevista com o lider palestino Yasser Arafat e ainda com os guerrilheiros preparados para o martírio, os homens-bomba recrutados para se explodirem contra alvos israelenses. Foi, então, também considerado pelo jornal do Brasil como o melhor repórter em atividade da TV brasileira.
Em setembro de 1997, após uma investigação de cinco meses, localizou na Costa Rica, na América Central, a fugitiva Jorgina de Freitas Fernandes, a maior fraudadora da história do INSS no Brasil. Ganhou com a reportagem o Prêmio Previdência Social de Jornalismo. Já a reportagem "A Verdadeira História do Vôo 254" contou os detalhes do que aconteceu em um dos piores desastres da aviação brasileira. No ano de 1998, denunciou um grande esquema de venda de crianças para países europeus no Sri Lanka na extremidade sul do subcontinente indiano, reportagem considerada pela Anistia Internacional uma das melhores já realizadas sobre o assunto em toda história.
A história do jornalista com o programa Conexão Repórter começou há 10 anos. Com mais reportagens premiadas, o piracicabano conseguiu cobrir todos os grandes acontecimentos no Brasil e no mundo, como os ataques de Paris em novembro de 2015; as tragédias de Mariana em 2015 e Brumadinho, em 2019; os acidente da Chapecoense em 2016 e o de Eduardo Campos, em 2014; os massacres na escola de Realengo em 2011 e Suzano, em 2019; e o caso de estupro coletivo de uma menor de idade no Rio em 2016.
A investigação sobre abusos sexuais cometidos dentro da Igreja Católica brasileira, que venceu o Prêmio Esso, é um exemplo de matéria que repercutiu mundialmente, sendo citada em veículos internacionais como a CNN americana, o El País, da Espanha, e o Le Monde, da França.
Por fim, as dezenas de entrevistas realizadas marcam a carreira televisiva do jornalista. Entre as de grande repercussão, exibidas ao longo da década de Conexão Repórter, estão as entrevistas com Dilma Roussef, dias antes do impeachment, com Eduardo Cunha e Paulo Maluf, antes de serem presos, e com Najila Trindade, após a modelo acusar o jogador Neymar Jr. de estupro.
